“O longo prazo, agora é seis meses”

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“O longo prazo, agora é seis meses”

Incertezas provocadas pela pandemia aumentam relevância do planejamento estratégico, mas exigem agilidade e monitoramento constante dos resultados

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“O longo prazo, agora é seis meses”
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O primeiro workshop Negócios em Pauta de 2021 debatou a relevância das ferramentas de planejamento estratégico diante do cenário de incertezas provocado pela pandemia. Opainel evidenciou a necessidade de empregar agilidade aos processos de planejamento, além de manter um acompanhamento constante dos resultados.

Realizado em formato Live, com transmissão pela Rádio A Hora e pelas redes sociais do Grupo A Hora, o evento teve participação do diretor da Poolseg, Ervino Schereen e o professor da Univates, João Carlos Britto. Conforme Britto a estratégia surge, na história da humanidade, para superar crises e momentos de competição.

“Antes de chegar na área organizacional, quem começa a trabalhar o planejamento estratégico são os exércitos, justamente porque vivem em um ambiente muito turbulento”, afirma. Em ambientes de tranquilidade e prosperidade, não há incentivo para a organização das estratégias.

Ervino Scheeren afirma que o motivo para planejar uma empresa é justamente mitigar os riscos do negócio. Segundo ele, mesmo empíricamente e sem formalidades, os administradores acabam orientando seus negócios por meio da experiência histórica, caso contrário sucumbiriam muito rapidamente.

“Os tempos de turbulência nos levam a uma reflexão extremamente profunda e diferente sobre tudo o que planejamos até ontem”, destaca. Segundo ele, está muito claro que o planejamento precisa ser avaliado de forma diferente e que o longo prazo, que antes representava um período de cinco anos, hoje representa seis meses.

Mesmo assim, afirma que a visão de futuro continua sendo uma ferramenta fundamentel. “Sem ela, a empresa perde o olhar do amanhã”, alerta. Para Schereen, o conceito de missão não é mais suficiente para orientar uma empresa, e sim o foco absoluto nas necessidades do cliente.

Riscos de não planejar

A principal função do planejamento é de orientar uma empresa. Conforme Britto, o risco de não planejar as ações de uma empresa são graves e podem resultar na inviabilidade do negócio. “Sem pensar racionalmente o que quero fazer no futuro, as dificuldades serão muito grandes.”

Lembra que as empresas que não planejaram sua liquidez pensando em momentos de crise, estão sofrendo muito devido a pandemia. “Hoje falamos da Covid, mas antes teve a crise de 2014, a de 2008, períodos de estiagem, ou outras dificuldades que tornaram o nosso ambiente turbulento.”

Para ele, preparar planos de contigência e resguardo para períodos de dificuldade são fundamentais. “Caso contrário, ficamos o tempo todo apagando incêndios e não há como conduzir uma empresa dessa forma.”

Ervino Scheeren considera que períodos como o que vivemos também são importantes para que os empresários possam olhar para dentro de suas empresas e fazer ajustes necessários para o crescimento negócio. “O grande desafio desse momento é aprender ou interpretar o que está acontecendo em nossa volta.”

Diante de um cenário de incertezas, considera o investimento em gestão da inovação e gestão de pessoas como os mais importantes para uma organização. “Aí está a nossa capacidade de reagir a um fato novo ou uma crise.”

Nesse sentido, destaca o papel do líder para conduzir pessoas, definir estratégias e buscar as melhores saídas. Segundo ele, a liderança precisa estar preparada e em constante atualização para conduzir a equipe rumo ao sucesso.

Cenários distintos

Conforme Scheeren, as mudanças provocadas pelo avanço da tecnologia digital trazem grandes oportunidades, que podem ser identificadas por meio do planejamento estratégico. Ressalta a importância de traçar cenários distintos para evitar surpresas em caso de adversidades.

“Trabalhamos com um cenário muito mais enxuto, com a ideia de rastrear o mundo todo e perceber todos os problemas que podem ocorrer”, aponta. Segundo ele, incluir nessas análises quais os rumos políticos e econômicos possíveis para o país, questões internacionais que podem afetar e as movimentações da concorrência em nível local, é fundamental.

Britto lembra que um planejamento não pode representar uma “camisa de força” para a empresa. Segundo ele, após a definição do rumo a ser tomado, a gestão dessa estratégia é tão ou mais importante que o planejamento.

“O mundo não é estático. Planejamos com dados de hoje e o mundo pode mudar amanhã”, aponta. Diante disso, engessar as ações da empresa ao planejamento pode representar a perda de novas oportunidades de negócios ou mesmo a derrocada diante de ameaças que não haviam sido identificadas.

 

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