Morador do Vale é um dos 100 mil vacinados na Argentina

No país vizinho

Morador do Vale é um dos 100 mil vacinados na Argentina

Estudante de Medicina na Argentina, Leomir dos Santos realiza internato em um hospital de Paso de Los Libres e recebeu a primeira dose da vacina Sputnik V no dia 30 de dezembro. No país vizinho, 100 mil pessoas já foram imunizadas

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Morador do Vale é um dos 100 mil vacinados na Argentina
Santos: há cinco anos na Argentina, é um dos 100 mil já imunizados Foto: Arquivo Pessoal
Vale do Taquari

Segundo país da América do Sul a iniciar a vacinação emergencial contra a covid-19, a Argentina já imunizou cerca de 100 mil pessoas com a vacina Sputnik V, desenvolvida na Rússia. E entre os cidadãos contemplados com uma dose no país, está um léo-boqueirense.

Morando desde 2015 na Argentina, o estudante de Medicina na Universidad Nacional de Rosario, Leomir dos Santos, 38, recebeu a vacina em Paso de Los Libres, província de Corrientes, na fronteira com o Rio Grande do Sul. Como ele está realizando seu internato no hospital da cidade e faz a rotação de emergência e plantões, foi incluído no primeiro grupo a ser imunizado, dos profissionais da saúde.

A aplicação da primeira dose em Santos ocorreu no dia 30 de dezembro. A vacina foi aplicada no músculo deltoide, que fica na parte superior do braço. “Senti uma dor no local, depois um leve cansaço, algo muito comum e suportável. Geralmente aparecem quadros gripais, com febre, calafrios e dores musculares, mas isto está contemplado em estudos anteriores da vacina”, comenta.

A segunda dose deve ser aplicada depois de 21 dias. “Não há problemas se passar mais tempo, mas nunca pode ser feita antes”, salienta Santos. Trata-se de outro componente, mas da mesma marca. Com a primeira dose, a proteção é alcançada e, com a segunda, o tempo de imunidade é prolongado. “Se o segundo reforço não for feito, ele se perde com o tempo”.

Dever ético

Para Santos, os profissionais de saúde, mais do que sua proteção individual oportunizada pela vacina, têm o “dever ético” de não serem uma via de contágio para os pacientes, muitos pertencentes a grupo de risco. Lembra que, no contexto atual, não há como esperar por uma vacina que atenda a todos os padrões atuais de pesquisa, controle e fase de segurança.

“Além de uma oportunidade, vejo como uma obrigação o ato de fazer a vacina, mesmo neste cenário de dúvidas. Neste contexto, eu tenho mais medo do vírus do que da vacina. Por isso, decidi ser vacinado como forma de transmitir uma mensagem positiva, de esperança”, afirma.

Contraindicações

Segundo Santos, os sintomas pós-vacinação são notados especialmente entre 24 e 48 horas após a aplicação. “Por isso, estão vacinando em lotes, e não toda a equipe ao mesmo tempo, uma vez que a uma porcentagem requer repouso ou espera que os sintomas passem”, explica.

As contraindicações da vacina da Sputnik V são para pessoas com imunosupressão, histórico de alergia a vacinas, doenças agudas graves ou crônicas descompensadas, grávidas ou mulheres lactantes.

Sputnik V

• Desenvolvida na Rússia, foi a primeira vacina a ser registrada no mundo, em agosto. Também foi a primeira a ser aplicada no mundo, em dezembro;

• Resultados da fase 3 apontam eficácia de mais de 90% na imunização com a vacina;

• Na Argentina, a imunização iniciou em 29 de dezembro e o primeiro grupo escolhido foi dos profissionais da saúde. Depois, serão os profissionais essenciais (policiais, juízes) e, posteriormente, a comunidade (pessoas maiores de 18 anos e menores de 60 anos);

• Menores de idade e idosos não foram incluídos no grupo por não existir estudos de eficácia e seguridade nestas faixas etárias;

• No Brasil, a farmacêutica União Química deve iniciar sua produção nesta semana.

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