No início deste mês, perdemos dois grandes companheiros: o vereador reeleito de Rio Grande, Charles Saraiva, e candidato a prefeito em São Martinho, Adelino José Atuati. Ambos por complicações da covid-19, um vírus traiçoeiro que não vê classe social, idade, raça ou gênero.
Eu mesmo senti na pele as consequências dessa doença. Recebi o resultado positivo para coronavírus em 17 de novembro, um dia após apresentar sintomas de uma forte gripe. Sob recomendações do dr. Fernando Antônio Lucchese e da equipe do Pereira Filho, da Santa Casa de Misericórdia, iniciei o tratamento isolado em casa, com a supervisão da minha esposa, que é enfermeira.
No 6º dia, minha situação se agravou. Com dificuldades para me alimentar, sem forças, muita tosse e baixa oxigenação no sangue, fui internado na UTI, onde permaneci por uma semana. O vírus atingiu quase 50% dos meus pulmões e afetou até a minha voz.
A experiência demonstrou que todos estamos à mercê de um agravamento do quadro de uma forma rápida e sorrateira. Não fumo, não tenho apreço por bebidas alcóolicas e mantenho meus exames médicos em dia. Mesmo assim, o vírus me derrubou.
Graças à competência e dedicação das equipes da Santa Casa e do dr. Luciano Correa da Silva, superei a covid e agradeço-os pela minha recuperação. A coragem e a humanização demonstrados por cada profissional da saúde têm sido determinantes e feito a diferença.
Desde o início da pandemia, os trabalhadores que atuam nos hospitais e postos de saúde mantêm todos os protocolos e seguem incansáveis e extremamente capacitados no enfrentamento ao coronavírus. É louvável o papel que ocupam e a forma como se doam para salvar vidas. Mas, e nós, como estamos correspondendo?
O crescimento de casos de covid em todo o Estado demonstra que baixamos a guarda. E isso não pode acontecer. Precisamos retomar os cuidados urgentemente: usar máscara, manter o distanciamento e higienizar as mãos são exemplos de recomendações que devemos seguir incansavelmente e sem questionamentos.
Nessa guerra, é evidente que a sociedade não comporta mais o fechamento do comércio e demais atividades. Por isso, mais do que nunca, os protocolos devem ser respeitados para garantir a segurança de todos.
Minha gratidão pelas mensagens de apoio enviadas durante esse período. A melhor retribuição que posso dar é reforçar a importância da conscientização. Só assim é possível impedir que outras pessoas vivenciem a terrível experiência que enfrentei.