Pesquisa relaciona consumo alimentar e risco cardiovascular em mulheres na pré e na pós-menopausa

Feminino

Pesquisa relaciona consumo alimentar e risco cardiovascular em mulheres na pré e na pós-menopausa

TCC apresenta resultados de análise realizada com 91 participantes

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Pesquisa relaciona consumo alimentar e risco cardiovascular em mulheres na pré e na pós-menopausa
(Foto: Divulgação/Freepick)
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Um estudo realizado na Universidade do Vale do Taquari (Univates) analisou o estado nutricional, o consumo alimentar e o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares em mulheres no climatério, um período caracterizado pela redução da produção de estrógeno, geralmente registrado a partir dos 50 anos. A pesquisa “Relação entre consumo alimentar, estado nutricional e risco cardiovascular de mulheres na pré e pós-menopausa” foi realizada como Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) de Nutrição de Natasha Rodrigues da Silva, de Lajeado, sob orientação da professora Patrícia Fassina.

Conforme Natasha, a motivação para pesquisar sobre o assunto surgiu com o objetivo de entender as mudanças que ocorrem no corpo feminino desde a saída da adolescência até o envelhecimento. “Esse assunto sempre despertou minha curiosidade, visto que as mudanças são um tanto diferentes das mudanças que ocorrem no sexo masculino. Então, filtrando um pouco, resolvi focar meu estudo na comparação entre os períodos de pré e pós-menopausa, avaliando as diferenças entre o consumo alimentar, tendo em vista as mudanças no padrão alimentar brasileiro nos últimos anos, o estado nutricional e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares entre esses dois grupos”, relata.

(Foto: Arquivo Pessoal)

Natasha explica que as alterações hormonais que ocorrem no climatério influenciam o aumento do percentual de massa gorda, inclusive em mulheres com o Índice de Massa Corporal (IMC) normal. “Essas alterações hormonais também estão associadas a uma maior concentração de gordura na região central do corpo e, como consequência, ao aumento da circunferência abdominal (CA), importante fator relacionado ao risco cardiovascular”, revela Natasha.

No trabalho, foram 91 participantes divididas em dois grupos: pré e pós-menopausa. A partir do recordatório alimentar foram analisados, por meio de um software, 12 indicadores: valor energético total (kcal), carboidratos (%), proteínas (%) e gorduras (%), ácidos graxos

saturados (%), monoinsaturados (%), poli-insaturados (%), colesterol (mg) e fibras (g), além dos micronutrientes cálcio (mg), sódio (mg) e vitamina D (mcg). Também houve aferição de peso e altura para cálculo do IMC e da CA. A partir desses dados foi constatado que a maioria das mulheres avaliadas apresentou sobrepeso e risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

No grupo pré-menopausa houve um número significativo de mulheres que apresentavam estado nutricional de peso adequado e baixo risco cardiovascular de acordo com a circunferência abdominal. Também foi constatado um consumo maior de sódio entre o grupo de mulheres da pré-menopausa do que no grupo de mulheres na pós-menopausa, assim como alto consumo de proteínas e ácidos graxos saturados e baixo consumo de ácidos graxos monoinsaturados e vitamina D, quando comparado às recomendações internacionais.

Já no grupo pós-menopausa foi observado alto consumo de proteínas, que pode acelerar a diminuição da função renal relacionada à idade e estimular a excreção de cálcio, elevando o risco de osteoporose, e baixo consumo de vitamina D, nutriente cuja deficiência é atrelado à fraqueza muscular e osteoporose. Além disso, o consumo de ácidos graxos monoinsaturados e colesterol ficou abaixo dos parâmetros internacionais das recomendações nutricionais diárias de referência nesse grupo, assim como o estado nutricional de baixo peso foi significativamente associado ao alto risco cardiovascular de acordo com a circunferência abdominal. “Na pós-menopausa, mesmo mulheres mais magras apresentam maior circunferência abdominal”, explica Natasha.

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