A ciência avança na busca pela vacina. Duas notícias importantes repercutiram ontem na imprensa e alimentam a esperança da sociedade em relação à pandemia.
Primeiro, o anúncio do início da imunização no Reino Unido a partir do reconhecimento da eficácia da vacina das farmacêuticas Pfizer e BioNTech. Um primeiro lote com 10 milhões de doses será disponibilizado pelo serviço público de saúde britânico ainda neste ano.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou medidas que podem acelerar o registro de vacinas contra a Covid-19 no país. Um exemplo é a possibilidade de submissão contínua dos dados das vacinas pelas empresas para avaliação da agência.
Ainda ontem, no Congresso Nacional, o ministro da Saúde afirmou que o país receberá em janeiro e fevereiro as primeiras 15 milhões de doses da vacina contra a covid-19 do laboratório AstraZeneca. O imunizante é desenvolvido em parceria entre a Universidade de Oxford e a Fundação Oswaldo Cruz. Segundo ele, o contrato prevê o escalonamento da produção que disponibilizará 100 milhões de doses do país e transferência tecnológica que permitirá ao país produzir no segundo semestre de 2021 até 160 milhões de doses.
De todo modo, trata-se de uma perspectiva animadora. No entanto, as notícias ainda precisam ser recebidas com muita cautela. A aproximação da ciência com aquilo que se tornou o maior objetivo da comunidade científica global desde o fim de 2019 não pode servir de justificativa para o relaxamento dos cuidados sanitários.
Muito pelo contrário, o Rio Grande do Sul, por exemplo, vive o seu pior momento da pandemia desde março. E isso num momento em que a sociedade já demonstra sinais de falta de comprometimento com as recomendações de distanciamento e medidas higiênicas.
Apesar da luz que surge no fim do túnel, é necessário redobrar os cuidados na fase mais crítica da propagação do vírus em território gaúcho. Mesmo aqueles que insistem em negar ou ignorar a gravidade do momento precisam se ater para o fato que o descontrole do vírus coloca em risco, além do sistema de saúde, as atividades econômicas.
Redobrar as atenções neste período turbulento é dever de todos. Tanto para preservar vidas como reduzir as consequências no campo socioeconômico.