O que parecia estar sob controle volta a gerar alerta máximo no estado. Após meses de uma situação relativamente favorável em comparação a outros estados, a pandemia no Rio Grande do Sul ingressa num período crítico, onde os próximos dias são decisivos para evitar o colapso do sistema de saúde.
Com casos em alta, índices de ocupação hospitalar preocupantes e mais de 6,8 mil óbitos causados pela covid-19, Piratini e municípios decidiram ontem em reunião suspender o modelo de cogestão do Distanciamento Controlado e adotar medidas mais rígidas na tentativa de controlar melhor a propagação do vírus no território gaúcho.
Desde o início da pandemia no Rio Grande do Sul, trata-se do momento mais delicado no estado que até pouco tempo atrás apresentava uma das melhores situações em nível nacional. A flexibilização das restrições e o relaxamento da população no cumprimento dos protocolos culminam no descontrole de casos e na necessidade de retroceder no processo de retomada.
O fato é que a pandemia não acabou e engana-se fatalmente quem insiste em ignorar a complexidade do cenário.
O ano de 2020 pesa sobre os ombros. Entende-se o cansaço das pessoas. Todos desejam estar perto dos familiares e dos amigos. Aproveitar o fim do ano para confraternizações, para festejar a vida. Mas é preciso relembrar, fazer isso é se expor e expor os demais ao risco de um vírus que já ceifou mais de 170 mil brasileiros.
Enquanto a tão esperada vacinada não estiver disponível, o uso de máscara, o distanciamento social e a higienização contante das mãos e dos ambientes seguem como as únicas táticas comprovadamente eficazes para frear o avanço da doença.
As próximas semanas serão decisivas para o RS, pois o tão preocupante colapso no atendimento em saúde volta a ser um fantasma para toda a população.
É momento de redobrar as atenções. A sociedade não pode baixar a guarda diante dos riscos de uma pandemia que ainda não acabou.