A pandemia interfere no principal evento sobre a produção de leite da região. Em vez das palestras, mesas de debates e visitas presenciais, o 14º Fórum Tecnológico do Leite é transmitido pelo youtube pela primeira vez.
O evento começou na noite de ontem, às 20h. Os sistemas para forragem e o ciclo de pastagens foram os temas centrais da transmissão e ficou por conta dos próprios agricultores. Fabrício Balerini, de Vespasiano Corrêa, contou como garante a produção da forragem em áreas distantes da propriedade. Com relação ao ciclo de pastagens, a apresentação ficou por conta de Elio Post, de Fazenda Vilanova. A mediação ficou por conta do representante da Cooperativa Dália Alimentos, Fernando Araújo.
“Nosso propósito é trazer um olhar da porteira para dentro. Para que o produtor veja quais modelos se aplicam melhor na sua propriedade”, destaca o diretor do Colégio Teutônia, Jonas Rückert.
Na avaliação dele, como há um mercado que regula os preços, a organização do fórum delimitou como perspectiva o compartilhamento de conhecimentos que tenham significado para os produtores. “Essa edição será um grande desafio. Não sabemos como serão os resultados, se atingiremos a nossa meta pelo fato de ser um evento pela internet. Por outro lado, conseguimos trazer assuntos que estão no dia a dia das propriedades da nossa região”, destaca Rückert.
O Fórum Tecnológico do Leite segue hoje e amanhã, sempre a partir das 20h. Não é preciso fazer cadastro e o acesso é livre, sem nenhum tipo de cobrança. A organização do evento é do Colégio Teutônia e da Emater\Ascar-RS, com apoio das cooperativas Languiru e Dália Alimentos.
Resolver problemas
A estiagem entre o fim 2019 e início deste ano foi a base às atrações deste fórum, conta o extensionista da Emater, Martin Schmachtenberg. “A alimentação dos animais é o principal custo da produção de leite. Então pensamos em sistemas que podem ser aplicados pelos agricultores, dentro das especificidades da sua propriedade”, afirma.
De acordo com ele, como houve uma perda significativa na qualidade do milho e, consequentemente, da silagem. “Apresentamos técnicas importantes, de como garantir uma alimentação de qualidade, como ter um cultivo de grãos satisfatório e como guardar o milho para momentos de seca, para que se tenha menos prejuízos possíveis.”
As duas apresentações da primeira noite trazem detalhes sobre essas necessidades. Na propriedade de Fabrício Balerini, de Vespasiano Corrêa, o local de pastagens fica em terras arrendadas, distantes da sede. Não há como levar as vacas para pastarem no campo.
Já as terras de Elio Post, de Fazenda Vilanova, o pasto fica na mesma área, sem a necessidade do trabalho de retirar as forragens e levar até o coxo. “Um é servido A La carte e o outro é buffet livre”, brinca Martin Schmachtenberg.
“Ter esses dois modelos, com agricultores que conseguiram resolver problemas comuns dentro da nossa região, contribuí para que outros possam analisar o que devem fazer no seu rebanho”, realça.
Como o preço da saca de milho está alto, o extensionista alerta: “quanto mais dependente de insumos comprados, mais caro fica para o produtor. Queremos mostrar que é possível adotar novas formas de produção. Não com experiências de longe, mas para a nossa realidade.”
Luz, câmera e ação
A transmissão contou com material direto das propriedades, inclusive com os relatos dos agricultores. “Nos fóruns anteriores, a avaliação sempre foi positiva quando trouxemos o relato dos produtores. Eles mesmos contando suas experiências e os resultados”, detalha o coordenador do Centro de Treinamento de Agricultores da Emater, Maicon Berwanger.
A organização do evento levou câmeras, microfones e fez as tomadas nos oitos cases que farão parte da programação. “Foi muito positivo. Temos conteúdos de alto padrão. Se tratam de produtores que são referência nos assuntos que tratam e isso assegurou muita qualidade nas gravações”.
Nesta edição, os programas foram separados em três eixos temáticos. “São assuntos novos, que não havíamos abordado em outros fóruns”, diz. Para Berwanger, os destaques vão desde a armazenagem de milho, até os sistemas de ordenhas, assunto do encerramento de amanhã.