Mulheres organizam protestos na região

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Mulheres organizam protestos na região

Atividades programadas para ocorrer em Lajeado e Teutônia foram desencadeadas após caso que ganhou repercussão nacional nesta semana. Conforme organizadoras, intuito é protestar contra a violência sexual, física e psicológica que mulheres sofrem diariamente

Mulheres organizam protestos na região
Caso ganhou notoriedade nacional nesta semana após divulgação de vídeo do julgamento que absolveu empresário acusado de estupro de vulnerável
Vale do Taquari

Justiça para as mulheres. Essa é a melhor forma de descrever as manifestações que ocorrem neste domingo, 8, em Lajeado e Teutônia. O mote é o tratamento recebido pela influencer Mariana Ferrer, durante julgamento do homem acusado por ela de estupro, em Santa Catarina, que gerou uma série de manifestações nas redes sociais após tornar-se público nesta semana.

De acordo com uma das organizadoras do movimento em Lajeado, Natália Richter, a iniciativa surgiu devido à sentença do julgamento de Mariana. “O caso dela não foi isolado, sabemos que centenas de mulheres são desacreditadas e violentadas todos os dias, inclusive aqui no Vale”, afirma. Também participam da organização do evento: Ana Carolina Rodrigues, Laura Theves Dalmoro e Roberta Bressan.

Mobilizações semelhantes estão programadas para ocorrer ao longo do sábado e domingo em diferentes cidades brasileiras. “Essa manifestação é a forma de mostrarmos que nós, mulheres do Vale do Taquari, nos posicionamos contrárias à absolvição de estupradores e iremos lutar por Justiça, não só por Mariana, mas por todas.”

Em Lajeado, o encontro está marcado para as 14h, em frente ao Genes Work e Shop. Após, os participantes seguirão em caminhada até o Parque Professor Theoboldo Dick onde será feito um ato final. A orientação, segundo Natália, é que as pessoas deem preferência para o uso de roupas ou acessórios na cor vermelha ou preta e participem usando máscara e mantendo o distanciamento social.

 

“Vamos dar voz a várias Marianas”

Em Teutônia, a mobilização ocorre a partir das 14h, mas a caminhada está prevista para iniciar às 15h. A concentração será em frente à Associação d’Água. Após, os participantes seguirão a pé, de forma silenciosa, até o quadrante do relógio, quando será feito um ato simbólico. “O trajeto será feito em silêncio como forma de mostrar omissão e o silêncio criminoso da Justiça brasileira em casos de violência contra a mulher”, destaca uma das organizadoras, Larissa Santos.

O manifesto é, segundo Larissa, uma forma de protestar contra as violências sexuais, físicas e psicológicas que as mulheres sofrem diariamente. “Onde muitas morrem ou não têm coragem de denunciar, devido ao medo, porque a Justiça se omite e acabam ocorrendo situações semelhantes a dessa audiência”, pondera.

O movimento, organizado pelo Coletivo Feminista de Teutônia, irá fazer barulho ao chegar em frente à Prefeitura, cantando e gritando em forma de protesto, solidariedade e indignação.

“Vamos dar voz a várias Marianas, Alines, Carlas, Samantas e Luanas que já sofreram ou sofrem com a violência. Algumas que têm medo, outras que estão mortas e muitas que se sentem indefesas com uma Justiça que se omite ao invés de proteger”, comenta.

No município, os órgãos de segurança, como a Brigada Militar e o setor de Trânsito foram comunicados sobre o movimento. Além disso, a Vigilância Sanitária autorizou o ato.

 

Entenda

O caso Mariana Ferrer, 23 anos, ganhou repercussão nacional nesta semana após divulgação do vídeo do julgamento que absolveu o empresário André de Camargo Aranha, acusado de cometer o crime durante uma festa em dezembro de 2018. A forma como foi conduzido o julgamento e o seu desfechou viraram alvo de críticas e de inúmeros movimentos nas redes sociais.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) irá investigar a conduta do juiz Rudson Marcos. Ele inocentou, em 9 de setembro, o empresário depois de aceitar a tese de que o crime teria sido praticado sem intenção.

O caso da jovem gerou uma onda de manifestações e levou à campanha contra o termo “estupro culposo”, expressão que não consta no processo, mas que foi usada pela reportagem do site The Intercept, para justificar o fato de o Ministério Público ter argumentado que não havia como comprovar que o empresário havia cometido o crime.

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