A democracia garante ao cidadão autonomia sobre o seu destino e o da sua comunidade. Mas essa mesma liberdade lhe impõe responsabilidade sobre todas as escolhas que ele faz e deposita nas urnas. Assim, tão importante quanto o voto consciente é estar vigilante com a performance dos eleitos em seus respectivos mandatos, utilizando inclusive os modernos recursos digitais, hoje muito eficazes como forma de cobrança e de exercício da indispensável transparência da coisa pública.
Nesse sentido, as eleições de 2020 podem fazer enorme diferença para o cotidiano de cada município e ainda reforçar uma tendência de maior aproximação entre eleitores e eleitos, com benefícios para ambos. Temos a chance de eleger ou reeleger bons prefeitos e vereadores para melhorar a gestão pública e, mais adiante, cobrar deles as promessas que fizeram para próximos quatro anos.
Escolher nomes honestos e competentes em novembro próximo é apenas o passo inicial para aprimorar a administração da cidade e para que o planejamento urbano seja implementado de forma consistente e responsável. Alguns candidatos ainda conseguem enganar, mas o crescimento do interesse público na política tende a encurtar cada vez mais a trajetória de enganadores.
Para a política concretizar o bem comum é necessário também a reafirmação diária dos compromissos vindos das promessas de campanha. A urna é um poderoso meio para o cidadão renovar a vida pública. Mas o exercício dos seus direitos políticos não se resume a votar e ser votado, pois também é preciso participar e exercer uma permanente fiscalização.
Os partidos também têm papel importante nisso tudo, o de acompanhar o desempenho dos seus filiados ao longo do mandato, cobrando eficiência e coerência. É assim que as legendas executarão o seu programa de forma responsável. O eleito, por sua vez, deve aproveitar integralmente todo o tempo que conquistou legitimamente para realizar aquilo que prometeu, com o devido zelo em relação aos recursos públicos.
O eleitor não pode abdicar da prerrogativa de acompanhar a maneira como o eleito exerce o mandato que lhe confiou, ainda mais se tratando de cargos que cuidam dos assuntos mais próximos, como o buraco da rua ou a escola do filho. O gestor público, por sua vez, oferecendo ferramentas de participação, parâmetros de eficiência e canais de fiscalização, fortalece o Estado e contribui para o progresso e o desenvolvimento.