Conheça os marcos de Lazzari como reitor da Univates

21 anos como reitor

Conheça os marcos de Lazzari como reitor da Univates

Ney Lazzari deixará o cargo e seguirá como presidente da Fuvates

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Conheça os marcos de Lazzari como reitor da Univates
Ney Lazzari assumiu entre 98 e 99. Nos primeiros anos dele como reitor, instituição ganhou o credenciamento de Centro Universitário. Esse marco foi o início da evolução, a Univates passou de sete cursos de graduação para mais de 30 (Foto: Arquivo)
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O professor Ney Lazzari deixa a reitoria da maior instituição de Ensino Superior da região ao término deste ano. Há 21 anos à frente da Univates, se prepara para presidir a Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento (Fuvates), mantenedora da universidade.

Para substituí-lo, a tendência é que seja a professora Evania Schneider, primeiro nome da única chapa inscrita até então. A nominata de consenso tem ainda como vice-reitora a professora Fernanda Storck Pinheiro.

A votação será por meio de um sistema de escolha de representantes, desenvolvido pelo Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) e auditado por empresa especializada. A votação será realizada por formulário eletrônico em link.

São aptos a votar a comunidade regional, por meio da Assembleia da Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento Social (Fuvates); funcionários professores do Quadro de Carreira da Univates; alunos regulares de graduação e pós-graduação da Instituição; e funcionários técnico-administrativos.

Desafios para o futuro

A Univates viu as finanças despencarem a partir de 2014 com as restrições impostas ao programa de financiamento estudantil do governo federal e a queda no número de estudantes. O Fies representava 40% da receita.

Ao invés de transferir o custo da estrutura acadêmica às mensalidades, foi necessário usar a criatividade para aproveitar laboratórios, pesquisas e o conhecimento vivo na instituição para também se tornar uma prestadora de serviços à sociedade.

O momento exigia inovações, do contrário, precisaria adotar um plano de contenção. Demitir, fechar laboratórios e encerrar projetos de pesquisa. Uma medida difícil para uma universidade. “Tivemos de buscar novas formas de receita, e a prestação de serviço pareceu uma possibilidade”, relembra Ney Lazzari.

Como 80% dos estudantes cursam as graduações no turno da noite, a ideia era usar o complexo para prestar mais serviços às empresas, setores públicos e à comunidade.

Quatro áreas instaladas foram avaliadas como possíveis geradoras de receitas. O Unianálises, a Unidade de Negócios em Tecnologia da Informação (TI), o Laboratório de Tecnologias da Construção (Latec) e o Centro de Serviços em Saúde. Juntos, hoje representam 20% da receita da Univates.

A saída do reitor Lazzari tem como plano de fundo a divisão de atribuições entre a mantenedora (Fuvates) e a Univates. “A universidade vai manter o seu papel, voltada à formação, ao ensino, à pesquisa e inovação. Já a Fuvates, irá ser responsável pelos serviços”.

“A pandemia é a cereja do bolo na crise das universidades”

• Em 21 anos como reitor, a Univates teve uma expressiva evolução. Partiu de sete cursos para mais de 30 na graduação. Ao mesmo tempo, cresceu em espaço físico e em serviços à sociedade regional.

• A Hora – Quais os motivos que levam o senhor a sair da reitoria da Univates?
Ney Lazzari – Nos últimos quatro, cinco anos, a universidade abriu diversas frentes de trabalho. Na saúde, começamos a atender nos postos de saúde e na UPA de Lajeado. Também ampliamos o Unianálises e começamos a prestar serviços em outras áreas. Não foi fácil lidar com ensino e com essas novas atribuições.

Percebemos a necessidade de separar melhor essas iniciativas dentro da instituição. Nos últimos dois anos, repensamos todo o organograma da Univates. A partir de 2021 vamos colocar esse novo modelo em execução. Há diversas mudanças que antes estavam no nosso dia a dia e que passarão para a mantenedora.

• Há uma redução contínua no número de alunos no Ensino Superior. Como tem sido na Univates e quais as perspectivas para o futuro?
Lazzari – Estamos registrando queda no número de alunos nos últimos quatro anos. A pandemia é a cereja do bolo na crise das universidades. Passamos pelas mudanças no Fies, entre 2014 e 2015, logo em seguida a crise econômica nacional e agora o coronavírus. Tivemos mais de 13 mil alunos antes desses episódios e agora estamos com uns 9 mil.

Hoje, ninguém tem certeza de nada. Mas ainda assim, podemos fazer algumas considerações. O Ensino Superior não será mais o mesmo no ano que vem. A modernização vista em outros setores atingirá a educação também. E não será a Educação à Distância que está posta aí e nem o presencial que tínhamos até março deste ano.

É algo entre os dois. Uma mediação do que cada fórmula tem de bom. Se trata de uma incógnita, que não temos clareza para onde vai.

Na sua avaliação, quais os principais marcos da instituição ao longo destes 21 anos?
Lazzari – Começa quando transformamos a Univates de faculdade para centro universitário, em 1999. Tínhamos três mil alunos, sete cursos. Com essa nova classificação, passamos a ter cursos fundamentais, que atraíram muitos acadêmicos. É o caso do Direito, das formações na área de saúde e das engenharias.

A partir disso houve um “boom” da instituição. Até 2009, conseguimos abrir formações das quais a região demandava. Eram cursos pensados para atender uma demanda local.

Se formos ver, a própria instituição só existe devido a nossa região. Foi a comunidade que nos anos 90 viu que teria de ajudar para termos uma instituição de Ensino Superior.

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