Adeus, Corbellini

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Adeus, Corbellini

Por

Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A política enfrenta uma onda de criminalização contra toda a classe representativa. As autoridades de outrora hoje são vistas com extrema desconfiança por uma imensa maioria da população. E não é à toa. Com as redes sociais, as Leis de Transparência, e o amplo acesso à comunicação, a vigília sobre os nossos agentes públicos aumentou de forma representativa e significativa nos últimos anos. Mas é preciso respeitar quem se expõe e este julgamento público. E, certos ou errados, simpáticos ou não, os agentes públicos ficam marcados na nossa história.

Na madrugada de sexta-feira, dia 23, faleceu o ex-prefeito de Lajeado, Darci José Corbellini. Ele tinha 85 anos e estava bastante debilitado desde 2007, ano em que sofreu um AVC. Foi prefeito em dois mandatos: entre 1969 e 1973, e entre 1977 e 1983. Eu nasci em 1982. Obviamente, não acompanhei os governos do falecido político – que também assumiu como deputado federal suplente, em 1974. Não posso afirmar se ele foi um bom ou mau prefeito. E entre minhas fontes, existem opiniões favoráveis e contra. Mas há respeito. Acima de tudo, respeito.

Entre as façanhas, as fontes me assopram o desenvolvimento do hoje pujante Bairro São Cristóvão. Ele participou diretamente do início da Fundação Alto Taquari de Ensino Superior (FATES), em 1972, com projetos de dotação anual de recursos e posse de área até então de propriedade da União. Pontes, pavimentações, auxílios às empresas e outras tantas ações estão no currículo do ex-prefeito falecido. Há, também, a obra da prefeitura municipal. E há, claro, muitas críticas e queixas. Algo usual no âmbito político, especialmente.

Por diversas vezes o vi em uma cadeira de rodas, passeando pela Rua Júlio de Castilhos com o auxílio de um cuidador. Pelo semblante, sempre imaginei, ele parecia extremamente interessado na rotina dos comerciários, comerciantes e transeuntes em geral. Ensaiava cumprimentos e exibia um bem-agradecido sorriso ao ser reconhecido pelos eleitores mais antigos. Nessa sexta-feira, ele descansou. E como tantos que colocaram a própria honra para o julgamento público, com erros e acertos, ele recebe um lugar de destaque na nossa história.

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