Golpistas se passam por construtora

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Golpistas se passam por construtora

Pelo menos três lojas de materiais de construção tiveram prejuízos com a ação. Grupo utilizou e-mails falsos e até imagens de construtora no WhatsApp

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Golpistas se passam por construtora
Materiais de construção representam 60% do IGP-M. Alta demanda e pouca oferta no mercado nacional resulta em aumento do preço aos consumidores. Foto: Arquivo A Hora
Lajeado

Um problema iniciado ainda em 2019 voltou à tona neste ano, durante a pandemia. Os golpes no setor da construção civil dispararam nos últimos meses e deixam empresários do ramo em alerta, sobretudo pela maneira como as ações ocorrem, valendo-se do nome e imagem das empresas.

A preocupação foi externada por José Zagonel, presidente do Sindicato da Construção Civil do Vale do Taquari (Sinduscom-VT). A própria construtora da qual Zagonel é diretor foi o principal alvo dos golpistas. Foram pelo menos sete tentativas nas últimas semanas, sendo que quatro delas resultou em prejuízos.

Sem citar o nome das empresas prejudicadas, Zagonel diz que o golpista teria feito contato com um e-mail falso, solicitando orçamento. Depois, por meio de um contato pelo WhatsApp, pede mais informações e efetua a compra do material. Por fim, vai até a loja de materiais de construção, se identificando como um funcionário, e retira a compra, sem pagar.

O fato do golpista utilizar imagens da construtora teria facilitado que algumas lojas saíssem prejudicadas. “Quatro delas caíram no golpe, enquanto outras três nos ligaram para consultar. Nós só compramos quando emitimos uma ordem de compra. Na dúvida, sempre podem nos ligar para consultar”, comenta.

Fora de Lajeado

Conforme Zagonel, os golpes começaram envolvendo empresas de Lajeado, mas também saiu do município. “Tivemos registros também em Estrela e Teutônia. A menina de Teutônia chegou até a chorar, dizendo que tinha caído no golpe. Temos um volume muito grande de comprar, por isso estamos ligando para as empresas alertando sobre isso”, salienta o empresário.

As empresas lesadas registram boletim de ocorrência na Polícia Civil. Segundo Zagonel, o prejuízo destas varia de R$ 5 mil a R$ 8 mil. Em 2019 o golpe rendeu prejuízo de R$ 15 mil a uma empresa.

Outros prejudicados

Os golpistas também utilizam o nome de outras construtoras da cidade para lesar empresas. “Enquanto Sinduscom, procuramos alertar a todos. Mas só ficamos sabendo quando chega o boleto até nós. Infelizmente moramos no país do golpe”, lamenta Zagonel.


COMO FUNCIONA O GOLPE 

1. O golpista entra em contato com a loja de materiais de construção por meio de um e-mail falso, solicitando orçamento para compra de material;

2. Depois, ele faz contato pelo WhatsApp, utilizando como foto a marca da construtora, demonstrando interesse no produto;

3. O golpista efetua a compra e diz que enviará um funcionário para retirar o material;

4. Uma pessoa vai até a empresa para retirar os materiais de construção, se passando por funcionário da construtora.

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