Exercício democrático

Editorial

Exercício democrático

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

De forma paralela à campanha eleitoral, avança o processo da Consulta Popular de 2020. Nessa segunda-feira, audiência pública do Codevat definiu as prioridades da comunidade regional para constar na cédula da ferramenta de participação social. O período para o cidadão votar ocorre das 7h do dia 26 de outubro até meia-noite de 3 de novembro.

Em poucos segundos, o eleitor pode acessar o site e ajudar a definir o rumo de R$ 630 mil do orçamento estadual entre projetos voltados ao desenvolvimento regional. Apesar do valor ter reduzido consideravelmente em relação aos anos anteriores, trata-se de uma ferramenta importante da democracia e da participação cidadã.

Neste ano, o cidadão poderá escolher entre turismo rural, produção de orgânicos, qualificação dos sistemas de água e criação de um aplicativo de alerta a enchentes. Os dois projetos mais votados receberão R$ 315 mil cada.

Instituído em 1998, o processo da consulta popular parte do princípio de ampliar a contribuição das pessoas na escolha das políticas públicas essenciais para determinada região. Uma tentativa de formar mais líderes locais e implantar o hábito de pensar sobre as necessidades da comunidade.

A partir disso, verifica-se nos Conselhos Regionais de Desenvolvimento um trabalho cada vez mais relevante para a evolução no debate sobre carências e potencialidades. Por outro lado, as sucessivas falhas dos governos em não cumprir com o acordado, demorando no pagamento dos projetos escolhidos, geram certa desconfiança na população.

Apesar disso, incentivar a participação das pessoas é fundamental, em especial pelo momento de incertezas pelo qual passa a democracia no país. As escolhas da comunidade precisam ser ouvidas, anotadas e resolvidas.

A omissão do poder público também interfere na relação das pessoas com a política. Desestimula e leva à contrariedade. Disso, crescem as máximas: governo nenhum presta, todos os políticos são corruptos e meu voto não faz diferença. O distanciamento abre espaço para os oportunistas.

Ainda que sejam necessárias mudanças estruturais tanto na gestão como no modelo da política, a democracia ainda é o melhor modelo. E nada é mais democrático do que abrir a possibilidade de os eleitores escolherem investimentos prioritários às suas localidades.

Acompanhe
nossas
redes sociais