Alta demanda e pouca oferta encarecem materiais

Construção Civil

Alta demanda e pouca oferta encarecem materiais

Índice de custo da construção serve de parâmetro para os contratos de compras de imóveis durante a obra

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Atualizado quinta-feira,
01 de Setembro de 2020 às 09:38

Alta demanda e pouca oferta encarecem materiais
Com alta no preço dos materiais, contratos sofrem reajustes. Nova tarifa básica será conhecida nesta quinta. Foto: Gabriel Santos
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Atualizado para correção.

Erramos:

Diferentemente do publicado na matéria “Pouca oferta e alta demanda encarecem material de construção”, a informação sobre o PIB das indústrias brasileiras está errado. O correto é: “Pelos dados da Federação das Indústrias do RS (Fiergs), com base em informações do IBGE, o PIB gaúcho supera os R$ 470 bilhões. Deste total, estima-se que R$ 20 bilhões seja gerado pela indústria da construção civil.”


Cálculo da Fundação Getúlio Vargas aponta que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) cresceu mais de 1,2% em setembro. Os preços dos insumos para as obras no RS hoje é mais caro do que a média do país.

Chamado de inflação da construção, o índice serve com base para estabelecer os valores de parcelas e contratos para imóveis durante a obra. Pela análise do setor, esse aumento nos custos se deve aos preços dos equipamentos e materiais.

Dois fatores elevam os preços, a alta demanda e a falta de matéria-prima. Como indústrias tiveram férias coletivas nos primeiros meses da pandemia, há pedidos represados, o que provoca dificuldade de encontrar os itens no mercado.

Esses custos elevados também aparecem no Custo Unitário Básico por metro quadrado (CUB/m²) calculado pelo sindicato da construção civil (Sinduscon-RS). Em setembro, os materiais que mais subiram foi o aço (11,3%), telha fibrocimento (6,7%) e esquadria de correr em alumínio (5,7%).

Sobre a maior procura, levantamento da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) aponta que 54% dos varejistas notaram aumento nas vendas em junho, julho e agosto. Nesta quinta-feira, dia 1º de outubro, o Sinduscon-RS divulga uma nova rodada do CUB/m².

Importância econômica

A indústria da construção envolve 91 atividades econômicas. Vai do barro até os acabamentos. Frente ao amplo leque de atuações, é difícil estabelecer um percentual na geração de renda.

Pelos dados da Federação das Indústrias do RS (Fiergs), toda a geração de riquezas das indústrias brasileiras no ano passado superou os R$ 20 bilhões. Deste total, estima-se que 20% tenha sido da cadeia da construção.

Com base em dados do IBGE, essa renda é gerada por obras de infraestrutura, edificação e serviços especializados. Sem considerar o comércio de materiais, a contratação de profissionais autônomos ou gastos com mobiliário e decoração. Na economia regional, o segmento é um dos mais importantes.

Nos 38 municípios da região, contabilizando organizações privadas, prestadoras de serviço e empresas, são mais de 30 mil cadastros. Nas maiores cidades, essa representação é ainda mais evidente.

São mais de mil empresas ligadas ao setor no Vale do Taquari. Lajeado concentra a maioria, com cerca de 470 CNPJs. A organização dessa estrutura parte do Sindicato das Indústrias da Construção Civil, Mobiliária, Marcenarias, Olarias e Cerâmicas para a Construção, Artefatos e Produtos de Cimento e Concreto Pré-Misturado do Vale do Taquari (Sinduscom-VT).

Volta do otimismo

Tanto a construção civil quanto as indústrias registram aumento de produção e reabertura dos postos de trabalho. É o que mostra pesquisa Sondagem Industrial, da Federação das Indústrias do RS (Fiergs).

Os dados foram apresentados na tarde de ontem e apresentam uma recuperação de todo o terceiro setor gaúcho. Foi a terceira expansão consecutiva da produção por uma base de comparação bastante baixa vista em julho. “A melhora do cenário no país após as medidas de flexibilização impulsiona o otimismo dos empresários e sustenta a recuperação da intenção de investir. Porém, precisamos lembrar que o nível de atividade permanece abaixo do período pré-crise”, afirma o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.

O emprego subiu pelo segundo mês consecutivo. O índice do número de empregados pulou de 52,3, em julho, para 55,9 pontos, em agosto. Acima dos 50, os valores revelam crescimento em relação ao mês anterior, sendo que, em agosto, ele foi mais intenso.

Outro fator é que diminuiu a ociosidade. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) aumentou para 70%, ficando apenas um ponto percentual abaixo da média histórica do mês.

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