“Paixão, Escalação, Zoação”

Cartola FC

“Paixão, Escalação, Zoação”

Sucesso no Brasil, Cartola FC ganha adeptos ano a ano e ultrapassa a marca de 7 milhões de times em 2020

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“Paixão, Escalação, Zoação”
Brasil

O conceito de escolher jogadores e realizar competições com base em suas estatísticas obtidas em jogos reais teve início logo após a Segunda Guerra Mundial. Fantasy game foi o nome escolhido e popularizado para este tipo de jogo.

Um dos primeiros relatos publicados no mundo ocorreu na década de 1950, nos Estados Unidos, com o Fantasy de Golf. A primeira liga foi criada em 1962, em um campeonato de fantasy de futebol americano.

Conforme o tempo foi passando, mais ligas foram nascendo. Competições de todo o tipo de esporte eram criadas. Desde o baseball, passando por basquete e futebol americano, até chegar no nosso futebol. O advento da internet também colaborou muito para isso.

Antes os jogos eram controlados por revistas e guias de fantasy game. Com o advento da internet, tudo ficou mais fácil. A partir da década de 90 e início dos anos 2000, houve um surgimento de competições online. Foi assim que o fantasy game chegou ao Brasil e se popularizou. O grande responsável foi o Cartola FC.

Mais que um jogo

Criado em 2004, o Cartola FC logo caiu nas graças do brasileiro. Apaixonado por futebol, não era difícil imaginar que o torcedor iria gostar do jogo. Ano a ano, o sucesso foi aumentando. Em 2020, a Liga Nacional, única com todos os cartoleiros, possui quase 7 milhões de times.

A disputa é fácil de ser entendida. Todos os jogadores inscritos pelos clubes do Brasileirão podem ser escalados. As suas ações em campo rendem pontuações. Um gol, por exemplo, rende oito pontos.

As ações de jogo são chamadas de scouts. Alguns deles são baseados nas súmulas oficiais da CBF, como gols e cartões recebidos. Outros são interpretativos, desarmes e passes errados são exemplos.

No entanto, o mais importante no Cartola FC nem sempre é a vitória. O espírito do jogo está bem descrito no slogan “Paixão, Escalação, Zoação.”

Motivo de corneta e resenha

O lajeadense João Lucas Feldens Catto é um jogador das antigas. Participa do Cartola desde os primórdios. Este ano está participando de sete ligas. “Cada uma tem sua história particular e todas são pretextos para cornetas e resenha com os amigos”, brinca.

Catto diz que a liga mais especial é a Cartola Lajeado, da qual participa faz três anos. São 25 cartoleiros, divididos em duas divisões. “É bem organizada, com rebaixamento e promoção de divisão. Ao final da temporada fizemos uma confraternização, com muita história e resenha”, comenta.

Todo cartoleiro possui um jogador especial. Aquele que nunca sai de seu time. Para João Lucas, o jogador que vem se destacando e está sempre escalado é Marinho, do Santos. “É o jogador mais perigoso do time, está confiante e em ótima fase. Enquanto estiver nesta boa maré, continuarei apostando nele.”

A importância da estatística

Existem vários tipos de cartoleiros. Há quem só aposte em seu time. Quem escale apenas os mandantes. Ou até quem aposte em jogadores desconhecidos. Um tipo de cartoleiro que costuma se destacar é o vidrado nas estatísticas.

É analisando os jogos, scouts, desfalques e o momento de cada jogador que Kainan Oliveira tenta se destacar. “Vejo como foram as atuações recentes e sempre faço pelo menos uma aposta na rodada. Gosto de ter um jogador que não será escalado por muitas equipes”, comenta.

Oliveira diz conferir estatísticas como desarme, assistências, faltas cometidas e recebidas, além de fazer um comparativo com a rodada passada para ter uma boa valorização do elenco. “Às vezes uma das apostas inesperadas acabam garantindo uns pontos a mais no time.”

Rivalidade Gre-Nal também no Cartola

A rivalidade Gre-Nal também é levada para dentro do Cartola FC. “Temos uma liga entre quatro amigos, dois gremistas e dois colorados. Definimos que nos grenais, os colorados só podem escalar jogadores do Inter, e os gremistas só podem escalar jogadores do Grêmio. Além disso, ao final de cada turno, os dois piores pontuadores bancam o churrasco”, comenta Lucas Ribeiro Cuppini.

O cartoleiro colorado diz que para ele, a magia do Cartola FC é a alegria e o estímulo extra para acompanhar os jogos do Brasileirão. “Normalmente eu olharia apenas os jogos do meu time. Assim, preciso ficar atento também às partidas das outras equipes.”

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