Silêncio vexatório

Editorial

Silêncio vexatório

Municípios da região alta, do polo ervateiro do Vale, convivem com uma das piores malhas rodoviárias do estado. O alerta, repetido às autoridades políticas, evoca os perigos à segurança dos condutores e também as perdas econômicas.
Na semana em que o Piratini anunciou R$ 65 milhões para recuperação de estradas, se esperava pelo menos uma previsão para melhoria dos trechos de Encantado, Nova Bréscia, Arvorezinha, Putinga e no acesso a Anta Gorda. Para surpresa dos líderes locais, apenas a ERS-129, entre Estrela e Colinas, foi contemplada no Vale do Taquari.
A insatisfação aumentou entre empresários, comunidade e agentes públicos dos municípios da parte alta da região. Ainda mais devido ao relatório sobre a precariedade das estradas levado ao secretário Estadual de Transportes, Juvir Costella.
No documento, consta um levantamento por fotos sobre a situação do asfalto, dos perigos para os condutores além do impacto econômico para toda a região.

O pedido era de pelo menos a apresentação de um cronograma para recuperação das vias. A mesma solicitação também foi levada ao Daer, responsável pela conservação daqueles trechos. O silêncio dos gestores públicos traz um sentimento de descaso. Tanto que para serem ouvidos, moradores, motoristas, empresários e agentes públicos dos municípios organizam manifestações para os próximos dias.Talvez assim consiga-se chamar atenção do Estado.
A infraestrutura rodoviária é um indicador de desenvolvimento. Por isso, deixar uma região importante à engrenagem econômica gaúcha desassistida é um tiro no pé.
É afastar a possibilidade de atrair novos investimentos, de garantir mais lucratividade às empresas, produtores rurais e também reduzir as oportunidades de emprego e renda para os trabalhadores urbanos.
A comunidade regional espera uma resposta dos governantes. Há pedidos simples, para uma medida paliativa urgente, como uma operação tapa-buracos. Mas nem para isso há um indicativo.
Sabe-se do impacto da pandemia na economia, na arrecadação pública, também as dificuldades financeiras do Estado. Todavia, não se pode fugir das responsabilidades. Em uma sociedade democrática, todos têm que fazer sua parte. A sociedade faz. Trabalha, gera riquezas, paga impostos. Se o Estado está nessa situação, deve-se ao desregramento nas gestões, ao peso da máquina pública e ao fisiologismo político-partidário que mantém regalias para poucos, restando dificuldades para muitos.

 

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