“Pandemia está desacelerando”

Coronavírus

“Pandemia está desacelerando”

Afirmação é do reitor da UFPel e epidemiologista, Pedro Hallal. Especialista, no entanto, pede manutenção do engajamento da população. Após 20 semanas do Distanciamento Controlado, avalia também as vantagens e insuficiências da estratégia no RS

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“Pandemia está desacelerando”
Estado

Análise dos dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES) demonstra uma queda, ainda tímida, na curva de mortes por covid-19 no Rio Grande do Sul. Desde 26 de julho, o Estado reduz o número de óbitos por semana epidemiológica (veja o gráfico).

O infectologista Pedro Hallal – reitor da UFPel e coordenador da pesquisa Epicovid, que mede a prevalência do vírus no RS – diz que apesar do cenário positivo é necessário manter a cautela. Conforme ele, “é importante que se saiba celebrar as boas notícias sem irresponsabilidade”.

Na comparação com outras regiões do país, apenas os estados do Paraná e Minas Gerais têm uma mortalidade proporcional menor do que o Rio Grande do Sul. Para os próximos meses, as transmissões indicam queda. “A pandemia está desacelerando e, principalmente, na região de Lajeado, que já esteve bem grave”, aponta Hallal.

Vinte semanas do sistema de bandeiras

Ágil, dinâmico e gradativo. Porém, apressado e excessivamente politizado. É assim que o reitor da UFPel avalia o modelo de Distanciamento Controlado, do governo estadual. Conforme Pedro Hallal, a estratégia “funcionou, mas não foi perfeita”.

A revisão semanal das bandeiras é um dos fatores mais positivos elencados por Hallal, para ele, isso demonstra uma capacidade de trabalhar com dados atualizados, o que é fundamental ao tratar de um vírus que se tem escasso conhecimento na literatura médica. Ele ainda elogia o fato de o modelo levar em conta número regionalizados.

No entanto, Hallal acredita que a implementação, no início de maio, foi precipitada. “O plano era bom, mas foi muito apressado. Poderia ter sido planejado com mais tempo”, avalia.

O principal defeito do Distanciamento Controlado, na concepção de Hallal, é a instrumentalização política da classificação das bandeiras. “A própria população não sabia mais. Na sexta ficava vermelha, na segunda, laranja. A politização excessiva deslegitimou o modelo”.

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