Sementes do exterior intrigam autoridades

origem desconhecida

Sementes do exterior intrigam autoridades

Lajeado foi um dos sete municípios gaúchos com registro de recebimento de embalagem cuja origem é desconhecida. Material foi levado para laboratório em Porto Alegre

Por

Sementes do exterior intrigam autoridades
Órgãos sanitários investigam sementes com origem desconhecida. Foto: Divulgação

Há quase dois meses, o governo federal emitiu uma nota alertando a população sobre o recebimento de embalagens com sementes não solicitadas, após situações semelhantes em países do hemisfério norte. Agora, a preocupação é com os registros no próprio Brasil. No Rio Grande do Sul, já são sete casos investigados, um deles em Lajeado.

O material foi entregue inicialmente ao Departamento de Agricultura do município, órgão ligado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura (Sedetag), na última quarta-feira, 16. Posteriormente, foi encaminhado ao Serviço de Fiscalização de Insumos e Sanidade Vegetal (Sisv-RS).

O pacote contava com 30 sachês de sementes, 30 papeletas e uma embalagem original, que foi rompida pela pessoa que recebeu o material, uma pessoa que atua no ramo do turismo em Lajeado.

“Essa pessoa recebeu e imediatamente trouxe até nós. Aí acionamos a Unidade Técnica Regional do Mapa aqui em Lajeado e o rapaz veio até aqui e recolheu. A pessoa recebeu do nada, sem ter pedido “, explica a coordenadora do Departamento de Agricultura, Anelise Bohn.

Anelise já tinha conhecimento sobre o alerta do Ministério da Agricultura. Por isso, logo fez o encaminhamento necessário. “Isso está sendo investigado a nível nacional. Há uma série de orientações sobre como proceder nestes casos”, salienta.

Análise laboratorial

O material foi encaminhado para análise laboratorial, para identificação das espécies e verificação dos resíduos químicos. O objetivo é mitigar o risco de ingresso ao país de potenciais pragas às plantas e animais, bem como riscos de contaminação humana.

“Ele foi num malote na sexta-feira, provavelmente chegou hoje (ontem) lá”, diz o servidor da Unidade Técnica Regional do Mapa, Adriano Guahyba. Ainda não há informações sobre
Além de Lajeado, foram registrados recebimentos de sementes em Novo Hamburgo, Rio Grande, Campinas do Sul, Carazinho e Cachoeirinha. Duas destas amostras foram encaminhadas para análise em laboratório do Mapa, em Goiás.

Risco de pragas

O gerente regional da Emater/RS-Ascar, Carlos Augusto Lagemann, não tinha conhecimento do caso de Lajeado. Segundo ele, a análise das primeiras remessas indicará do que se tratam as sementes e lembra do risco que elas podem representar.

“Tem que ver qual é a intenção real deste envio. Pode envolver uma questão simples, mas também pode ter outro interesse por trás disso. Temos um ecossistema e todo ecossistema tem um equilíbrio. Dessas sementes, podem vir plantas invasoras, à medida que começam a se proliferar, bem como o desenvolvimento de fungos, bactérias e outras pragas”, ressalta.

Lagemann lembra que a Emater possui escritórios em todos os municípios do Vale, o que pode facilitar o encaminhamento em caso de novos recebimentos de sementes sem procedência por parte da população. “Estamos a disposição no sentido de orientar e fazer a condução para análise”, afirma.

Acompanhe
nossas
redes sociais