Longe de uma solução

editorial

Longe de uma solução

Menos de um mês durou a proposta do governo de Lajeado de construir um camelódromo para concentrar e regulamentar a atuação dos comerciantes ambulantes

Longe de uma solução
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Menos de um mês durou a proposta do governo de Lajeado de construir um camelódromo para concentrar e regulamentar a atuação dos comerciantes ambulantes. Após pressão do Fórum das Entidades, a administração municipal optou por abdicar do plano.

O camelódromo foi proposto na tentativa de facilitar o controle e a fiscalização, bem como o regramento das atividades. Na perspectiva das entidades, porém, a implantação de um espaço específico para centralizar o trabalho dos ambulantes traria preocupações relativas à segurança pública e à “concorrência desleal” com lojistas regulares.

Em reunião ontem à tarde, o Executivo desistiu da ideia diante dos argumentos do Fórum das Entidades e propôs a criação de uma comissão para tentar avançar na busca de alternativas. Esforço já realizado anteriormente.

O debate volta à estaca zero e segue longe de uma solução. O problema é complexo e antigo, e exige alternativas criativas. Como já está próximo do fim do atual mandato de prefeitos e vereadores, o assunto deve ser pauta dos debates eleitorais. Seja quem for, os próximos gestores e representantes do Legislativo terão de se debruçar sobre a questão em busca de novas saídas.

As reclamações do comércio formal quanto à presença de ambulantes é recorrente. Intensificar a fiscalização é fundamental para inibir as irregularidades que geram prejuízos econômicos e sociais. No entanto, urge uma campanha massiva para conscientizar a população acerca das consequências decorrentes de comprar produtos de procedência duvidosa.

É preciso sensibilizar o consumidor sobre os prejuízos ocasionados pela atuação dos clandestinos. Comprar produtos sem origem legal vai contra a cidadania, contra o acordo social. Além disso, em alguns casos, pode alimentar a falcatrua, a ilegalidade e até o crime organizado.

Ao mesmo tempo em que a fiscalização e a conscientização são necessárias, o poder público deve ajudar na oferta de alternativas para as pessoas, muitas vezes estrangeiros ou desempregados, que encontram na informalidade uma forma de garantir o sustento.

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