“O 20 de Setembro é  como o meu aniversário”

Abre Aspas

“O 20 de Setembro é como o meu aniversário”

Natural de São Gabriel e morador de Lajeado, Madison Zambrano Motta, 37, dedica a vida ao tradicionalismo. Incentivado pelos pais, Luiz Carlos Lopes Motta e Janice Zambrano, a ligação com o CTG iniciou muito cedo. Hoje é narrador de rodeios, cantor, compositor e administra uma escola de montaria

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“O 20 de Setembro é  como o meu aniversário”
Lajeado
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• Como começou a tua relação com o tradicionalismo?

Na minha cidade natal, em São Gabriel, o tradicionalismo sempre foi muito forte. Meus pais sempre foram envolvidos com o CTG, participavam de cavalgadas, invernadas artísticas e me incentivavam bastante. Tenho um carinho muito grande pela tradição.

• E como você chegou aqui na região?

Cheguei no Vale do Taquari em 2003. Na ocasião vim para visitar alguns amigos do quartel. Muitos jovens do Vale serviram em São Gabriel, ali fiz muitas amizades e acabei gostando da região. Como se costuma dizer, tomei a água do Taquari e nunca mais voltei. Hoje tenho muito a agradecer pelas pessoas aqui desta região que me acolheram tão bem. Hoje tenho um “mar” de amigos, ligados à tradição gaúcha, que me dão várias oportunidades de divulgar meu trabalho e levar o tradicionalismo onde quer que eu esteja.

• Quais os trabalhos realizados na região?

Comecei a cantar no Grupo Bate Casco onde gravamos um CD. Depois trabalhei por cinco anos em um hotel de cavalo. Foi quando me formei instrutor de equitação em Brasília e comecei a trabalhar com ecoterapia junto às Apaes de Estrela e Lajeado. Aqui no Vale também montei uma escola de montaria e isso deu muito certo. Na região também gravei o CD Rio Grandense Bagual, com Vinícius de Freitas. Vendemos mil cópias do disco.

• Hoje qual é o seu trabalho?

Além da música, que acabou parando com a pandemia, sou narrador de rodeios credenciado pelo MTG, tenho uma escola de montaria, sou radialista onde falo de rodeio pela Campeira FM. Hoje a minha vida envolve diretamente a tradição. Tudo que conquistei devo ao cavalo.

• Quando você ganhou o primeiro cavalo?

Ganhei meu primeiro cavalo com um ano de idade. Em São Gabriel, os desfiles reuniam mais de 3 mil cavalarianos. O 20 de Setembro era visto como a maior data do ano. As pessoas se preparavam o ano inteiro para desfilar neste dia. O tradicionalismo na fronteira era muito forte. Meu pai sempre foi um incentivador, ele preparava as pilchas e o arreio. Eu desfilo no 20 de Setembro desde um ano de idade.

• E a trajetória como narrador, como começou?

Eu laçava desde pequeno. Ficava olhando os narradores e sentia que aquilo ainda faltava em mim. Minha principal inspiração era o narrador Vagner Medina, de São Gabriel. Com o passar do tempo, busquei um credenciamento junto ao MTG, fiz cursos, provas e entrevistas. Fui até Marau fazer a prova e passei no primeiro ano. Na minha turma tinham 14 alunos, 10 rodaram. Era um curso muito difícil de concluir.

• E o primeiro rodeio?

Faz quatro anos que narrei meu primeiro rodeio. Foi no Piquete Sinuelo de Tropa, de Venâncio Aires, que me deu a oportunidade. Foi uma emoção muito grande poder conduzir o rodeio do início ao fim. Desde então não parei mais.

• Qual é a importância da Semana Farroupilha pra você?

É o dia do gaúcho. A data me faz lembrar da Guerra dos Farrapos. Perdemos a guerra mas nunca deixamos de lutar pela nossa terra, pelo nosso chão e pela nossa igualdade. Isso nos torna diferente de outros estados. Temos um amor muito grande pelo nosso Rio Grande. Valorizamos a nossa música, nossa história e nossa cultura. Essa data de 20 de Setembro comemoro como se fosse o meu aniversário.

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