The Intercept Brasil: um ano depois

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

The Intercept Brasil: um ano depois

Por

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Hoje o magnífico Teatro da Univates está obsoleto. Em função da pandemia que assolou o mundo e praticamente paralisou todos os principais eventos programados para 2020, o grandioso local destinado à arte e aos debates sociais está fechado ao público. Um cenário completamente diferente àquele verificado em 18 de setembro de 2019. Naquele fim de tarde, o espaço reservado à plateia estava lotado e a polícia foi chamada para garantir a segurança. Há um ano a cidade se dividia entre críticas e elogios ao site The Intercept Brasil.

A palestra dos editores Alexandre de Santi e Leandro Demori foi agendada em meio às reportagens que tinham como foco a Operação Lava Jato. Denominada de “Vaza Jato”, a série de matérias apresentava um vasto conteúdo de mensagens trocadas via Telegram entre os principais atores daquele enredo de justiças e injustiças. E sem entrar no mérito da operação – que resultou na prisão de muitos criminosos de “colarinho branco” e recuperou mais de R$ 4 bi à Petrobrás –, o assunto “The Intercept Brasil”, por si só, deu o que falar por aqui.

Semanas antes da polêmica palestra, diversas ações foram realizadas por intermédio de grupos contrários ao jornalismo praticado pela equipe do site. Algumas foram bastante extremas, como a pichação de ruas e avenidas próximas ao campus da Universidade do Vale do Taquari (Univates), a entidade responsável pela organização do evento. Outras foram patéticas, mesmo. Como exemplo, a manifestação de alguns vereadores lajeadenses, que chegaram a insinuar o desejo de ver os jornalistas no xilindró. Foi ridículo.

Assessores parlamentares, ex-candidatos e pretensos candidatos também tentaram surfar na onda histérica que tomou conta de uma boa parcela da população, contrária às reportagens que mostravam fortes indícios de conluio entre agentes do MPF e o então juiz Sérgio Moro. Em Lajeado, era forte o apelo contrário à palestra organizada pela Univates. Afinal, e diante dos altos valores recuperados e da redundância das prisões efetivadas durante a Lava Jato, era quase imperial a ideia de que os “fins justificam os meios”. Enfim…
E lá se foram 12 meses. Neste período, Sérgio Moro sucumbiu no governo de Jair Bolsonaro. E mais. Saiu atacando o “Mito” e não poupou insinuações contrárias à conduta pública de Jair Bolsonaro – dessa vez, sem tanto apoio popular. Ainda neste período de 12 meses, Deltan Dallagnol deixou a chefia da força tarefa e alguns de seus colegas se aposentaram e migraram para o ramo das consultorias. Hoje, a Operação Lava Jato já não atrai tanto assim a atenção dos jornalistas. A própria “Vaza Jato” perdeu em interesse. E só se passaram 12 meses.


PDT não apoiará o PP em Lajeado

A executiva provisória do PDT em Lajeado decidiu, após convenção realizada no dia 16, não coligar com outros partidos e não lançar candidatos a vereador e tampouco a prefeito ou vice. Segundo o presidente da sigla no município, o ex-secretário de Segurança Pública Gerson Teixeira, os filiados podem apoiar qualquer candidato. “O acordo verbal que havia sido costurado pelo coordenador regional com o PP não está mais valendo. Cada um dos membros partidários e filiados poderá trabalhar ou apoiar os candidatos de suas preferências, sem qualquer recomendação”, avisa.


Volta às aulas

Recebo e repasso algumas questões ventiladas por um professor: quem vai custear a energia elétrica e a internet utilizadas em casa pelos profissionais da área da educação durante a realização das aulas remotas? O mesmo professor afirma que a carga horária de muitos servidores públicos está acima do normal neste período.


Volta às aulas II

Muitas administrações municipais não realizaram o “tema de casa” durante esse meio de ano de quarentena. Foram seis meses para a realização de pesquisas e mapeamentos de alunos, professores e funcionários com comorbidades e pertencentes ao Grupo de Risco. Alguns governos até apresentaram alguns estudos. Mas ainda é pouco.


Propostas

Os períodos eleitorais são ríspidos. Historicamente os debates e campanhas são marcados por ataques pessoais, profissionais e afins. É um show de horrores. Um vale-tudo sem pudor, e que costuma deixar sequelas e cicatrizes. Não será diferente em 2020. Antes mesmo do início oficial das campanhas, agendado para 27 de setembro, e certos perfis já estão delineados. Ao eleitor, cabe a missão de cobrar propostas e repudiar quem se limitar aos ataques. Aliás, é preciso cobrar antes e depois do pleito!


Extremos

Em Estrela, extremos. A cidade saiu de um verdadeiro “acordão” a uma das eleições mais “pluralizadas” da história recente. Se confirmadas as decisões anunciadas em convenções pelos principais partidos, teremos sete candidatos a prefeito. Comandante César (MDB), Eduardo Wagner (PSL), Elmar Schneider (PTB), Denise Goulart (PT), Diego de Castro (DEM), Paulo Argeu (PDT) e Valmor Griebeler (PL) são os pré-candidatos. E eu queimei a língua e perdi apostas. Definitivamente, eu não acreditava nessa possibilidade.

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