Avanço tímido

Editorial

Avanço tímido

O resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostra um crescimento constante na qualidade do ensino desde quando começou a ser aplicado, em 2005

Avanço tímido
Vale do Taquari

O resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mostra um crescimento constante na qualidade do ensino desde quando começou a ser aplicado, em 2005.

No RS, o grande calcanhar de Aquiles, o Ensino Médio, teve o maior avanço. Mas ainda abaixo da meta prevista. Quando se olha para o Vale do Taquari, há aspectos positivos. As escolas da região apresentam uma média superior ao visto pelo Estado. Por outro lado, a rede municipal, em grande maioria, não teve a evolução esperada.

Nas seis maiores cidades da região, metade atingiu a pontuação prevista para os anos iniciais do Ensino Fundamental. No universo dos 5º anos e 4ª séries, o resultado está acima dos 6 pontos, uma nota alta se comparar com os demais níveis educacionais. Aqui se aplica a lógica do copo meio cheio. Quanto melhor o resultado, mais difícil de registrar crescimentos expressivos.

Em cima disso, é preciso saber que educação é mais do que números. O processo de aprendizado parte de outras variáveis, desde a situação econômica das famílias, infraestrutura dos colégios, passando pelas condições de trabalho dos professores e da predisposição do aluno em evoluir.

O resultado de um teste é importante, para se ter uma medida, mas não significa que o sistema funciona ou não. Transformar a educação, torná-la melhor, mais inclusiva e importante para a vida dos jovens também depende de esforço coletivo e de vontade política.

A pandemia exacerbou as diferenças. Enquanto a rede pública treme com a possibilidade de retorno em outubro, nos colégios privados os planos estão prontos para a volta desde julho.

Para reverter essas discrepâncias, primeiro é preciso reconhecer a importância do professor. Exige-se uma nova atitude dos governantes, sob risco de uma das profissões mais importantes perder cada vez mais representatividade. Há poucos jovens interessados em se tornarem professores.

O momento é de transformação e a escola tem um papel fundamental. Para tanto, é preciso reformular o modelo educacional, apresentando aos estudantes a importância do conhecimento para o futuro.

O ato de educar prevê quebra de paradigmas. Não aceitar dogmas, preconceitos e visões de mundo rasas e medianas. A escola precisa ensinar a pensar. Neste caminho, valorizar o professor é o primeiro grande passo.

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