Pedido de desculpas não corrige o erro

Editorial

Pedido de desculpas não corrige o erro

O primeiro dia de retorno do atendimento presencial nas agências do INSS ilustra a desorganização do serviço público na seguridade social

Pedido de desculpas não corrige o erro
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O primeiro dia de retorno do atendimento presencial nas agências do INSS ilustra a desorganização do serviço público na seguridade social. A população foi comunicada da volta das perícias médicas, mas quando os segurados chegaram, não havia médicos peritos.

Muitas pessoas foram para as filas, na esperança de encaminhar os processos e receber, seja a licença saúde, ou mesmo a aposentadoria, tendo em vista que agora o segurado precisa fazer uma prova de vida.

Expor essas pessoas as filas, muitas vindas de outras cidades, é inadmissível. Erra e erra muito a presidência do INSS em afirmar uma volta sem ter garantia de que funcionaria. Em todo o país, não houve perícias ontem. Os profissionais responsáveis são contratados, terceirizados, não fazem parte do quadro efetivo de servidores. A representação dos médicos afirma que o governo não fez sua parte. Não adaptou as agências para esse momento de pandemia.

Essa morosidade corrói com a credibilidade das instituições públicas. Comprova o custo Brasil sobre a sociedade é demasiado e que as pessoas não recebem pelo que pagam.

O país passa por transformações. A reforma da previdência foi aprovada, com maior contribuição dos trabalhadores e por mais tempo. Mas cabe ressaltar, o INSS trata muito mal seus beneficiários.

Começou em 2017 com um pente-fino nas aposentadorias por invalidez. O procedimento excluiu três em cada dez beneficiários. Sabe-se que há distorções e tentativas de fraude, mas não se pode partir do pressuposto de que todos que dependem do INSS estão mentindo.

Naquela época, muitos segurados afirmaram que os médicos não faziam testes e negavam sem nem olhar ao paciente. Cabe ressaltar, a seguridade social é um direito.

Enquanto médicos peritos e o INSS não chegarem a um consenso, é a população mais carente que sofre com dificuldades. Nesta pandemia, sabe-se que o atendimento não será mais como antes. É preciso evitar aglomerações e ter regras mais rígidas sobre a conduta pessoal.

É possível organizar isso tudo. Fazer perícias só com agendamento, limitando o número de pessoas dentro das agências. Seis meses de covid-19 no país e não foi possível ajustar a estratégia para a volta? Enquanto empresas, indústrias e até escolas já estão com os protocolos prontos, a responsável pela previdência nacional não conseguiu se preparar?

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