Faltam caminhões para atender pedidos das transportadoras

Demanda na Logística

Faltam caminhões para atender pedidos das transportadoras

Suspensões em linhas de produção, carência de matéria-prima e encomendas acima do previsto fazem com que entrega para reforço de frota fique para janeiro

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Faltam caminhões para atender pedidos das transportadoras
(Foto: Arquivo A Hora)
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Compras online, necessidade de abastecimento de produtos básicos e ascensão econômica após queda de março e abril fazem com que recaia maior demanda ao serviço de transporte.

Em um país onde mais de 60% de tudo que é produzido depende do modal rodoviário, a indústria de caminhões não tem conseguido atender aos pedidos das empresas de transporte. A afirmação parte de um dos representantes do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do RS (Setcergs) e diretor da Tomasi Logística, Diego Tomasi.

De acordo com ele, com as restrições no início da pandemia e o impacto na economia, montadoras suspenderam linhas de produção. Quando começou a retomada, entre junho, julho e agosto, a demanda para entrega de cargas subiu e as empresas logísticas passaram a investir no aumento e na renovação da frota.

No RS, o emplacamento de veículos pesados cresceu 24% em junho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2019, com mais de 640 unidades. No acumulado do ano, o quadro é de queda de 16% na comparação com o primeiro semestre do ano passado.

“Tempestade perfeita”

De acordo com Tomasi, empresas gaúchas fazem encomendas de caminhões com previsão de entrega a partir de janeiro. “É a tempestade perfeita. Aumentou o volume de carga para transportes e as montadoras não conseguem atender.”

Com relação ao mercado, ainda faltam dados concretos sobre a movimentação de cargas no país. “Pelo que ouvimos, o volume cresceu 20% no mês passado. Isso impacta sobre as transportadoras, pois falta caminhão para atender”, afirma Diego Tomasi.

Com relação a esse período de pandemia, o dirigente da Setcergs e empresário afirma que houve setores da logística que tiveram dificuldades, em especial eletrodomésticos, e também produtos do varejo, como roupas e calçados, eletrodomésticos.

Por outro lado, os transportadores de alimentos e de produtos de higiene mantiveram índices muito semelhantes aos períodos sem pandemia, conta.

Demissões desaceleram

Pesquisa de Impacto no Transporte, da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), mostra que empresas estão mais otimistas com o pós-pandemia. Ainda assim, enfrentam dificuldade de acesso a crédito e temem fim da desoneração da folha de pagamento.

Os dados foram apresentados na manhã de ontem. De acordo com o levantamento, dos 40,6% transportadores que tiveram de reduzir os quadros, 55,3% não vão reduzir pessoal nos próximos meses. Já entre os que não demitiram, esse percentual é ainda mais elevado: 83,8% não devem fechar postos de trabalho.

A pesquisa ouviu 914 empresas de cargas e de passageiros, de todos os modais de transporte, entre os dias 25 de agosto e 3 de setembro. As entrevistas ainda revelam que 52,3% dos transportadores consultados que demitiram pretendem readmitir os empregados após o fim da pandemia.

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