Estado descarta revisão e diz que erro foi no envio dos dados

após contestação

Estado descarta revisão e diz que erro foi no envio dos dados

Análise sobre pedido do Vale para reconsideração termina com indeferimento e bandeira vermelha continua até terça-feira. Atualização dos dados ocorre hoje e frequentes mudanças nos critérios deixam a região apreensiva quanto ao próximo resultado

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Estado descarta revisão e diz que erro foi no envio dos dados
Região tem 65 leitos de UTI. No fim da tarde de ontem, taxa de ocupação por covid-19 era de 27,9%
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Os apontamentos feitos pela comitiva regional sobre erros nos cálculos do Estado para definir o grau de risco foram considerados inválidos pelo gabinete de crise do Piratini. Em reunião na manhã de ontem, a equipe técnica do Executivo gaúcho decidiu manter a bandeira vermelha apesar do protesto de autoridades do Vale.

Conforme o Estado, não houve equívoco do comitê. Por meio de uma nota, aponta que os registros ocorreram de forma tardia por alguns municípios e hospitais. “O problema causado na região foi ocasionado pela conduta de não registro em tempo adequado pelos serviços da própria região”, afirmou o Piratini.

Esse apontamento é motivo de discórdia no gabinete de crise da região, diz o presidente da Amvat e prefeito de Imigrante, Celso Kaplan. “Não é justo toda a região ser prejudicada. Não sabemos se os dados chegaram atrasados mesmos ou se o lançamento no sistema foi tardio. O fato é que o Estado deveria cobrar dos órgãos, dos hospitais e do próprio sistema. Não colocar na nossa conta.”

Apesar da contrariedade, Kaplan afirma que o comitê regional aceita a decisão. “Não adianta ficar discutindo. Agora é ponto final e vamos para o próximo. Temos a revisão das bandeiras amanhã (hoje) e na próxima semana inicia a cogestão.”

A possibilidade de definir protocolos locais para enfrentamento à pandemia é uma oportunidade de melhorar o sistema, afirma Kaplan. “Sabemos rigorosamente quantas internações e casos temos.”

Dos 49 casos de internação tabulados de uma vez na rodagem das bandeiras da semana passada, aponta o Estado, apenas cinco foram desconsiderados. Foi feita uma nova simulação e, segundo o Estado, o patamar de risco do Vale permaneceria na bandeira vermelha.

Casos estáveis e 18 pacientes em UTIs

No fim da tarde de ontem, entre as internações confirmadas por covid-19 e as suspeitas, a taxa de ocupação dos leitos representava 27,9% pela síndrome respiratória. Com um total de 65 leitos em quatro hospitais, o Vale passou para o nível verde de uso da capacidade hospitalar, o que é um indicativo para a rodagem das novas bandeiras na tarde de hoje.

Apesar disso, há incertezas por parte das autoridades regionais de que ocorra uma redução no grau de risco, da vermelha à laranja.

“Nossos números não são ruins, mas tenho medo de afirmar que vamos à laranja. Às vezes as regras mudam e nem entendemos o porquê”, frisa Kaplan. De acordo com ele, a estratégia é aguardar o resultado, e dependendo da decisão elaborar um novo recurso e buscar manter o diálogo.

Decisão do Estado:

Os casos registrados no período de mensuração são efetivamente 42, não havendo erro do Comitê, conforme informado pela AMVAT.

Alguns deles foram registrados de forma tardia pelos municípios e hospitais que detêm o compromisso da notificação compulsória em tempo oportuno.

A Secretaria Estadual de Saúde, ao verificar este fato, procedeu notificação às secretarias municipais e hospitais que não registraram em tempo oportuno.

O problema causado na região foi ocasionado pela conduta de não registro em tempo adequado pelos serviços da própria região.

A retirada de casos, solicitada no recurso, modificaria a regra que é utilizada para todas as regiões.
Desconsiderar casos significa “desaparecimento de casos existentes e reais”, o que pode incentivar ao não registro em tempo adequado, já que produziria vantagem “não registrar” adequadamente.

O registro de caso covid não acontece necessariamente no momento da internação. A internação é de um suspeito ou com sintomas de síndrome gripal, e que, em tempo oportuno, terá realizado seu exame e consequente registro posterior. Portanto, todos os casos devem ser mantidos havendo o intervalo natural entre a internação e o diagnóstico.

Mesmo assim, diante de inconformidade da região e de alguns casos registrados muito tardiamente, que foram cinco deles, a equipe simulou a retirada de notificações que consistem em cinco casos, e procedeu simulação.
Porém, mesmo assim a região continuaria em bandeira vermelha, com média ponderada de 1,59 (acima de 1,5 significa bandeira vermelha).

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