Bandeira vermelha até terça. E o que vem depois?

O Estado indeferiu o pedido de revisão do nível de risco do Vale e frustrou a possibi­lidade dos estabelecimentos comerciais e os restaurantes funcionarem em horário normal na véspera do Dia dos Pais. Uma perda. Menor do que se a ban­deira vermelha não tivesse sido adaptada. Ainda assim, uma perda aos negócios.

De fato, há um grande tensionamento sobre os critérios do Distanciamento Controlado do governo estadual. Nesta semana, as críticas, o descumprimento das medidas por alguns estabelecimen­tos e o apontamento de erro sobre a tabulação aumentaram o desgaste nas relações institucionais e da comunidade com o Executivo gaúcho.

Importante tirar disso aprendizados e buscar o equilíbrio, sem extremismos

para qualquer lado, favorável ou contrário à conduta do governador Eduardo Leite. Neste contexto, acerta a Amvat em propor a continuidade do diálogo, mesmo que a demanda regional não tenha sido acatada.

Hoje há uma nova rodagem das ban­deiras. Já não tão impositivas como de semanas atrás. Por outro lado, ainda com grande interferência sobre a rotina dos trabalhadores, dos negócios e do fluxo de pessoas. Também é difícil imaginar um cenário oposto a esse, em meio a uma pandemia e com aumento gradual das ocupações hospitalares.

No entanto, os números da região per­manecem estáveis. Não se visualiza um pe­rigo de colapso no sistema de atendimento. Pela tabulação do fim da tarde de ontem, havia 18 pacientes internados por covid, entre confirmados (15) e suspeitos (3).

Pelos dados do Estado, significa grau verde no uso da infraestrutura hospitalar. Talvez esse seja o indicativo mais forte de que há possibilidade do Vale retornar para a bandeira laranja hoje. Claro que isso não está confirmado. Há outros dez indicadores que formam a nota de cada região gaúcha.

Agora é esperar mais uma rodagem do modelo, acompanhar os resultados e começar a construir o sistema colabo­rativo autorizado nesta semana. Ainda que as bandeiras sigam dando um norte, é possível que o grupo técnico-científico da região possa dar mais equilíbrio nos protocolos tanto para o movimento social quanto às atividades econômicas.