Bandeira frustra expectativa de lojistas às vésperas do Dia dos Pais

PORTAS FECHADAS

Bandeira frustra expectativa de lojistas às vésperas do Dia dos Pais

Comércio regional acumula perdas de outras datas comemorativas. Restrições também foram impostas nas semanas da Páscoa e do Dia das Mães

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Bandeira frustra expectativa de lojistas às vésperas do Dia dos Pais
(Foto: Gabriel Santos/Arquivo A Hora)
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

“Não sabemos como vai ser. Se vamos vender na porta ou apenas no virtual ou por tele-entrega”. O comentário da gerente comercial de uma loja de roupas, Ana Júlia Bauer, exemplifica as incertezas do comércio em mais uma data comemorativa em meio às restrições da bandeira vermelha.

A vitrine do estabelecimento, localizado em Lajeado, já estava decorada para o Dia dos Pais. Ana destaca que as vendas estavam subindo e as expectativas eram boas pelo fato da celebração ocorrer perto do pagamento de salários.

Gerente de uma loja de calçados de Lajeado, Daiane Costa relata que os clientes chegaram a antecipar as compras para se prevenir do fechamento comercial, confirmado em live do governador Eduardo Leite na tarde de ontem, 3. “Vai dar uma queda nas vendas. Por mais que alguns se anteciparam, boa parte deixa para depois”, lamenta.

Para a gerente de um estabelecimentos de celulares e acessórios, Karen Villar, a crise financeira já dificultava igualar a comercialização de produtos na mesma porcentagem de 2019. “As pessoas estão com menos dinheiro”, confirma.

Lamentação e críticas

A confirmação da bandeira vermelha na semana que antecede mais uma data comemorativa gera insatisfação do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lajeado, Aquiles Mallmann. O comércio da região já enfrentou restrições em outras duas datas comemorativas durante a pandemia: o Dia das Mães e a Páscoa.
Para ele, o comércio não é responsável pelas aglomerações e contágio. “Nós seguimos todas as normas de distanciamento e prevenção”, defendeu.

Presidente da Acil, Cristian Rota Bergesch, também criticou a bandeira vermelha. Para ele, o sistema de Distanciamento Controlado “não apresenta mais resultados” práticos no combate à pandemia.

Na bandeira vermelha, o comércio não essencial e os restaurantes funcionam com venda exclusiva pela internet, tele-entrega, pague e leve e drive-thru.

Cenário negativo no estado

Analise de duas entidades comerciais apontam para a diminuição das vendas no Dia dos Pais em função das restrições impostas pela Distanciamento Controlado e crise nos empregos provocada pelo coronavírus.
“As portas fechadas serão mais uma barreira para as vendas na data”, afirma o presidente da Fecomércio, Luiz Carlos Bohn. Para a entidade, a circulação menor de pessoas em função do medo do contágio já é um fator que deve reduzir a comercialização de produtos.

A Fecomércio cita ainda a perda de 123 mil empregos formais, como prevê dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Para a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RS (FCDL), o crescimento fez os consumidores reduzir ou evitar gastos com presentes.

A entidade também critica o sistema de Distanciamento Controlado. Na avaliação do presidente, Vitor Augusto Koch, “70% do poder de consumo gaúcho estará limitado aos supermercados, farmácias e postos de combustíveis” nas regiões de bandeira vermelha.

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