Em 9 de abril de 2019, a primeira versão do novo Plano Diretor chegava à câmara de vereadores, depois de quase dois anos de construção. Após 483 dias de espera, chegou a hora do projeto que orienta o crescimento urbano de Lajeado para os próximos anos ser votado. E o clima é de incerteza.
Depois de ter sua discussão afetada pela pandemia, o projeto voltou à pauta na câmara no fim de junho, com a retomada das sessões presenciais. A discussão também ganha tons eleitorais, já que, no fim de agosto, inicia o período de convenções partidárias, que definirá os candidatos a prefeito e vereador nas eleições municipais de 15 de novembro.
Por parte do governo, há a convicção de que os vereadores da base aliada votarão pela aprovação. O receio é quanto aos oito votos da oposição. Ontem, a reportagem fez contato com parlamentares das bancadas do MDB e PT. A maioria não retornou às ligações. Os que responderam colocaram em xeque a votação.
“Primeiro temos que resolver outros problemas da cidade. Não é o momento de votar isso. Questões pontuais podem ser analisadas, mas a população não sabe o que está sendo votado, e o Plano Diretor mexe com a vida de 100% das pessoas”, justifica Carlos Ranzi.
Marquinhos Schaefer e Sérgio Rambo entendem que são necessários ajustes. “Não sou contra o projeto, mas tem mais algumas mudanças a serem feitas. Vamos falar com o presidente para ver a melhor saída”, ressalta o emedebista. “Não sabemos se será na sessão ou se depois e como serão estes ajustes. Mas não teremos condições de fazer isso agora”, ressalta o petista.
“É o projeto mais importante”
Presidente da câmara de vereadores, Lorival Silveira (PP) acredita que houve muito atraso na votação do Plano Diretor e, para ele, os parlamentares tiveram tempo de sobra para estudar o projeto.
“A votação seria em 31 de março, mas a pandemia atrapalhou o estudo das emendas. Prometi que, quando voltassem as sessões presenciais, teria uma nova data. Demos um novo prazo e vamos votá-lo hoje. Para a cidade, é o projeto mais importante. Como vereador, quero que Lajeado se renove e tenha progresso, mas de maneira ordenada”, salienta.
Emendas
Ao todo, 62 emendas foram apresentadas. Destas, 14 foram acolhidas pelo executivo e anexadas junto ao texto da matéria. Os vereadores protocolaram outras 48. A maior parte delas são emendas modificativas e de conteúdo técnico.
Algumas emendas tratam de temas pontuais, como a que transforma a rua Pedro Ruschel Sobrinho e a avenida Rio Grande do Norte em avenida Perimetral Turística Taquari Forqueta. Outra institui uma faixa de 200 metros em cada lado como zona 2 ao longo da BR-386, RSC-453, ERS-130, ERS-413 e ERS-421.
Para o secretário de Planejamento e Urbanismo, Giancarlo Bervian, as emendas foram discutidas uma a uma. “Concordamos com a maioria delas, que tem relevância. Em outras, chegamos à conclusão de que não faz sentido ter alterações tão significativas concorrendo com análises técnicas e pedidos da comunidade”.
