ONG reage à publicação homofóbica de vereador

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ONG reage à publicação homofóbica de vereador

Parlamentar compartilhou vídeo com piada preconceituosa em grupo de WhatsApp. Movimento LGBT repudia a manifestação

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ONG reage à publicação homofóbica de vereador
Conversas no grupo de vereadores vazaram nesta semana
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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Uma organização não governamental (ONG) de Porto Alegre encaminhou ofício à câmara de vereadores de Taquari solicitando a retratação de um parlamentar por compartilhar conteúdo homofóbico nas redes sociais. Os prints da conversa vazaram, chegando até a ONG Nuances Pela Livre Expressão Sexual.

O fato ocorreu durante em um grupo privado de WhatsApp dos vereadores. Renê D’Ávila, conhecido como Tio Nei (PP) compartilhou um vídeo que trata, inicialmente, de um suposto agravamento na saúde do governador Eduardo Leite, diagnosticado recentemente com covid-19.

A reportagem teve acesso ao vídeo, que relata a saúde do governador para, em seguida, fazer um comentário homofóbico. “(…) Ele não vai poder tomar a ivermectina, porque a ivermectina mata as bichas”, diz a mensagem, acompanhada de risadas irônicas.

Minutos após o compartilhamento do vídeo no grupo, o presidente do legislativo, Leandro Mariante (PT), pediu a exclusão do mesmo. “Nada condizente com a postura do parlamentar. Não é momento para fazermos brincadeiras de mau gosto ou compartilhamentos (…)”, solicitou.

“Ok presidente”, respondeu Tio Nei. Outro vereador, Ramon Kern (PT), também reforçou os pedidos para que a publicação do colega fosse apagada, o que não ocorreu de imediato.

“Há uma ofensa ao público LGBT”

Coordenador-geral do Nuances, Célio Golin disse que o ofício foi encaminhado com o propósito de que a câmara tome medidas internas sobre o caso. “Há uma atitude de homofobia do vereador. Ele é uma figura pública e o conteúdo que compartilhou não é condizente com o cargo. Esperamos uma retratação da pessoa”, salienta.

Os prints chegaram à ONG através de um cidadão de Taquari que se sentiu incomodado e ofendido com a publicação. “Para nós, enquanto militantes, há uma ofensa ao público LGBT. Se utiliza de uma questão privada, de sexualidade e do preconceito para se divertir, ironizar e desqualificar uma pessoa e acaba atingindo a população LGBT como um todo”, explica.

“Se precisar, vou me retratar”

Conforme Leandro Mariante, até a tarde de sexta-feira, o ofício não havia sido protocolado na casa. Ele diz que câmara não possui gerência sobre postagens individuais dos vereadores. “Nós, enquanto presidência, repudiamos tal postura e solicitamos a exclusão do post”, resumiu.

Já Tio Nei atribuiu o compartilhamento do vídeo a um parente. “Foi meu neto que estava com meu celular e postou no telefone, compartilhou por engano em outros grupos. Depois eu apaguei o vídeo. Se precisar, vou me retratar tranquilamente. Não foi nada por mal”, salienta.

Tio Nei está em seu segundo mandato de vereador. Curiosamente, ele fazia parte do PSDB (partido do governador) até abril, quando ingressou no PP.

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