O limbo da educação

editorial

O limbo da educação

Com aulas presenciais suspensas desde a segunda semana de março, a esperada retomada do ensino gaúcho segue sem prazo

O limbo da educação
Vale do Taquari

Com aulas presenciais suspensas desde a segunda semana de março, a esperada retomada do ensino gaúcho segue sem prazo. A espera por uma posição e continuidade do plano estadual apresentado pelo governador Eduardo Leite ainda em junho permanece.

Havia a estimativa da retomada gradual e ontem, durante apresentação dos resultados da consulta às instituições de educação, mais uma vez o Piratini manteve a posição de que é necessário aguardar.

Há motivos para tanto. O inverno, a falta de estrutura das escolas públicas para atender as recomendações sanitárias e a saúde dos professores, muitos integrantes dos grupos de risco, são explicações plausíveis.

Por outro lado, cresce a insatisfação por parte na rede privada. Com os planos de retomada prontos e investimentos no controle, colégios particulares cobram alguma luz por parte do governo. Aqui também há argumentos significativos.

De fato, o impasse está posto, justo no momento mais crítico da doença no RS.

Com essas incertezas fica difícil entender o propósito da pesquisa feita pelo Estado. O método apresentou quatro cenários. O mais votado colocou por último as aulas em universidades e também na Educação Infantil. Porém, quando a entidade montava o modelo mais seguro, a Educação Superior ficava em primeiro. E para muitos também a Educação Infantil precisava estar entre as primeiras a retornar.

Em cima dos dados, o Estado afirma que o resultado da pesquisa não interfere no modelo que será adotado. Bom, se era apenas para sugerir, por que esperar tanto tempo? A consulta foi do dia 3 a 17 de julho para só após quase duas semanas a sociedade conhecer os resultados.

Agora a equipe técnica do Piratini vai avaliar as sugestões para depois criar, de novo, uma estratégia estadual. E diga-se de passagem, a participação é fundamental, mas nos apontamentos não consta nada além do que já havia sido constatado, seja dos riscos, da falta de infraestrutura nos colégios públicos, da dificuldade do transporte e da necessidade de testar alunos, professores e funcionários.

O que parece disso tudo é que essa consulta foi feita para dar ares de transparência, de abertura de diálogo e, fundamentalmente, para ganhar tempo.

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