Reitor da UFPel defende que lockdown ajudará a economia

Coronavírus

Reitor da UFPel defende que lockdown ajudará a economia

Pedro Hallal também acredita que o sistema de bandeiras necessita de mudanças e de reconexão com a comunidade

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Reitor da UFPel defende que lockdown ajudará a economia
Pedro Hallal participou do programa Frente e Verso, desta quinta-feira. Créditos: Divulgação
Estado
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Mudança no sistema de bandeiras do distanciamento controlado do estado e lockdown são medidas defendidas pelo reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pós-doutor em epidemiologia, Pedro Hallal. Ele participou do programa Frente e Verso desta quinta-feira, dia 23, e também apresentou números da pesquisa nacional da Covid-19.

Hallal esclarece que no início da pesquisa estadual, os cientistas da UFPel defendiam a testagem em massa para mapear os casos. “Não conseguimos efetivar o plano de testar mais, e por isso, o contágio saiu do controle. Assim, partimos para o segundo plano: o lockdown”, explica. Segundo ele, está foi alternativa adotada pela maioria das cidades no mundo. “Na pior fase da doença nestes locais, o lockdown era a medida comum.”

Para o reitor da UFPel, o lockdown é bom para a economia. “Sem pensar na ciência, em Milão, na Itália, os estabelecimentos fecharam as portas por muito tempo. Agora, a situação já se encaminha para a normalidade. Eles pagaram o preço de uma restrição, mas já estão mais próximos do normal. O modelo implantado aqui, não está mais funcionando. Tudo funciona meio aberto ou meio fechado”, explica.

Conforme ele, a ideia é fechar tudo por 14 dias, baixar a circulação do vírus e retomar a economia da maneira certa. “As pessoas não terão mais medo de sair na rua”, acredita.

Pesquisa

O Ministério da Saúde não renovou o financiamento da pesquisa Epicovid, coordenada pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da UFPel. O reitor esclarece que já há tratativas para o estudo seguir com outros financiadores.

O resultado mais impactante da pesquisa, para Hallal, é que há aproximadamente seis vezes mais infectados do que apontam os números.

Sistema de bandeiras

Hallal explica que o sistema de bandeiras de distanciamento controlado do estado não tem relação com a pesquisa coordenada pela UFPel. Segundo ele, o estado apenas utiliza dos números da pesquisa para definir um dos 11 indicadores dentro do sistema.

Na avaliação do reitor, o sistema tem mais pontos positivos do que negativos. “Neste momento, ele vive sua pior fase. Quando se incluiu a possibilidade de recurso, ele se fragilizou, pois se misturou a questão política com o embasamento técnico”, reforça.

Conforme Hallal, o sistema não está mais conectado com a comunidade. “Para as pessoas, as atitudes não são mais pensadas com base na classificação de bandeiras. Não muda mais estar na laranja ou na vermelha”, afirma. “O modelo precisa ser reconectado com as pessoas.”

Confira a entrevista na íntegra:

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