A vida precisa continuar

Opinião

Ardêmio Heineck

Ardêmio Heineck

Empresário e consultor

Assuntos e temas do cotidiano

A vida precisa continuar

Por

Lajeado

Terça recebi chamada no Whats, de um número diferente. Relutei mas atendi, tendo uma surpresa agradável. Era de amigo que há anos não contatava. Francisco – o Chico – ligando do Japão, onde há cinco anos se fixara.

De repente, minha pergunta:

– E a covid, Chico, como “tá” por aí?

– Pois olha, veio “prá” ficar. Bom ir se acostumando, inclusive com a consolidação dos novos hábitos adquiridos com ele, respondeu. Estamos em pleno verão e, mesmo assim, semana passada Tóquio registrou 32 novos casos, assim como, número idêntico na cidade onde resido. Indica que teremos que nos acostumar com a covid-19 como mais uma doença a nos afligir.

Ao perguntar-lhe sobre a postura de Governo diante do fato, restrições impostas (inclusive à atividade econômica), foi claro:

– A vida continua e, sem a ilusão de eliminarmos o Covid, continuamos a trabalhar. Temos que viver. Cuidamos muito os preceitos de segurança: máscaras, álcool gel, lavar mãos, sem aglomerações, reuniões virtuais, etc. Seremos regidos por estes hábitos necessários, concluiu.

Penso que este quadro poderia passar a nos nortear. Já não é relevante discutirmos se paramos cedo, em março, mais isto ou aquilo. Tudo acontece dentro de uma realidade do momento. Hoje nosso conhecimento sobre o assunto é outro, os exemplos e modelos observados já são mais claros. Enfim, olhar para a frente é preciso, como é necessário atualizarmos a gestão do problema e a visão que dele temos.

Pode parecer paradoxal e deixar “os contras” frustrados, mas os indicadores econômicos são favoráveis. Taxa de juros baixa convivendo com inflação baixa, recursos das aplicações financeiras aquecendo o mercado produtivo, previsão de retração do PIB já não nos níveis inicialmente pensados. Adicionalmente, os efeitos positivos, na atividade econômica, dos bilhões de reais dos programas federais criados para mitigar a penúria de pessoas físicas e jurídicas com a pandemia. Paro por aí pois a pessoa certa para aprofundar este tema é o Fernando Röhsig, colega da bancada de comentaristas da Rádio A Hora.

Imprensa e segmentos da oposição já podem mudar sua pauta “covidiana” alarmista com que nos apavoram desde fevereiro. Do contrário, como a vida continua e o vírus veio para ficar, cansarão mais ainda a já cansada população com as desgraças do tema, divulgadas diariamente. Desistam, pois, felizmente para nossa estabilidade política e econômica e a busca do bem viver, não será o vírus que derrubará Bolsonaro ou que tirará Eduardo Leite do Piratini.

Imprescindível até agosto alinhavarmos práticas perenes de mitigação dos efeitos penosos da covid-19. Para tanto, há medidas ao alcance. Por exemplo, endurecer com quem desobedecer às práticas preventivas determinadas. Nosso inverno torna mais necessário ainda estes cuidados. Aprimoramento do Programa de Distanciamento do Governo do Estado. Este, das bandeiras, impraticável numa ideia de longo prazo. Manter a atividade econômica o máximo possível. Não é ela que infecta, com práticas conduzidas de forma segura. O seu fechamento gera efeitos que não podem imperar indefinidamente: insegurança social e psicológica, quebra de centenas de empresas, desemprego crescente, queda na arrecadação pública e desesperança. Aliás, bom que volte o futebol. Ótimo. Já estava sedento dele. Mas, porque só o futebol – que também envolve riscos a considerar? Atendimento de interesses?

E, importante, enquanto não vem a vacina e remédios específicos, democratizarmos o acesso a medicações preventivas e de combate ao vírus na sua fase inicial de infecção, sugeridas por protocolos hoje já firmados por dezenas de médicos. Na região temos um, originário de Lajeado e adotado pela Amvat.

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