O melhor no pior

Editorial

O melhor no pior

Os primeiros cinco meses do ano mostram o impacto da pandemia no emprego e na renda da população. O Vale perdeu mais de 2,7 mil postos de trabalho no período

O melhor no pior
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Os primeiros cinco meses do ano mostram o impacto da pandemia no emprego e na renda da população. O Vale perdeu mais de 2,7 mil postos de trabalho no período. Ainda que a queda no total de empregos seja preocupante, há um ponto positivo para ser visto nos dados do Caged.

A retração em maio foi menos acentuada do que a de abril. Havia uma perspectiva de que maio e junho fossem meses com mais desemprego devido ao avanço da covid-19. Pelo indicativo, aos poucos a região pode estar passando pelo momento crítico e a tendência é para uma crise nos empregos menor em comparação com outras localidades gaúchas.

Enquanto em abril o Vale fechou 3,4 mil postos de trabalho, no mês subsequente, o ritmo do desemprego perdeu força. Em maio, o saldo ainda foi negativo, com -1.348. Essa redução no ímpeto das demissões é resultado da indústria, setor que mais emprega trabalhadores da região e que precisou se adaptar, afastando grupos de risco e contratando mais mão de obra.

Outro aspecto positivo está nos empregos gerados. Em nove das 38 cidades houve mais contratações do que demissões. Destaque para Arroio do Meio, que abriu 279 postos em cinco meses.

No mês de abril, marcado pela bandeira vermelha no Vale, nenhuma cidade havia conseguido ficar no positivo entre admissão e afastamentos. Sobre essas análises de dados se confirma a necessidade da região se manter na bandeira laranja.

Novas semanas de fechamentos e restrições teriam impactos desastrosos. A indústria alimentícia teria de reduzir para 25% a capacidade produtiva. Os comércios não essenciais precisariam fechar. A consequência disso seria desastrosa e o desemprego voltaria a crescer, até mesmo podendo ultrapassar as demissões de abril.

A maioria das empresas já adotou as medidas governamentais para redução das despesas, como suspensão dos contratos, redução da carga horária e afastamentos dos funcionários dos grupos de risco.
Ver o melhor cenário na pior crise das últimas décadas não afasta o empobrecimento das famílias e a necessidade de um plano consistente de recuperação econômica para empresas e trabalhadores. O Estado como um todo, municípios, unidades federativas e a própria União devem exercer essa liderança para indicar caminhos, apresentar soluções e alternativas para as organizações.

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