“Na terça-feira, já era possível prever uma grande enchente”

Como prever cheias?

“Na terça-feira, já era possível prever uma grande enchente”

Afirmação é do pesquisador e mestre em geologia, Everaldo Ferreira, ao falar da cheia que atingiu a região na quarta-feira e quinta-feira da semana passada

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“Na terça-feira, já era possível prever uma grande enchente”
Everaldo Rigelo Ferreira participou do programa Frente e Verso na manhã de hoje
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Como diminuir os impactos das enchentes no Rio Taquari? Responder essa questão foi a base da entrevista com o pesquisador e mestre em geologia, Everaldo Rigelo Ferreira no programa Frente e Verso da manhã de hoje, 14.

Na avaliação dele, mudanças na forma de monitoramento possibilitaria prever o nível do Rio Taquari com um dia de antecedência. “Na terça-feira, já era possível prever uma grande enchente”, afirma ao citar a cheia registrada entre quarta-feira e quinta-feira da semana passada no Vale do Taquari.

Ferreira percebe que, atualmente, o sistema de alerta de enchentes se baseia na cota do Taquari. Exemplificando, cita que se usa a cota do rio em Encantado para prever qual será o nível em Lajeado horas depois.

Entretanto, na avaliação dele, o sistema ideal deveria já monitorar as chuvas. “Sabendo o volume e rapidez da chuva, já é possível prever uma cheia”, reforça.

Ferreira foi um dos protagonistas na criação de um sistema de alerta de enchentes para o Vale do Taquari, em 2003. Na época, o monitoramento das águas era feito com 13 equipamentos. Além do Taquari, também media o volume de água em outros afluentes como o Forqueta, Jacuí e Guaíba.

Conforme o geólogo, na época já eram utilizados estudos de pessoas como o ex-prefeito de Colinas, Edelbert Jasper, para prever a influência da chuva na bacia hidrográfica do Taquari. “Se chover 70 mm na região e cabeceiras e o nível do rio estiver normal, já ocorre uma enchente”, informa.

Pela falta de recursos, esse sistema de alerta foi desativado em 2008. Atualmente, o trabalho de monitoramento é realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Mobilização regional

Na opinião de Ferreira, muitas das ações estruturais apontadas como solução para as cheias trariam problemas ainda maiores. Durante a entrevista, ele esclareceu que soluções como a construção de um dique, aterrar áreas alagáveis ou desassoreamento do Taquari só levaria o problema para outros locais.

Para ele, é necessário uma mobilização regional para pensar soluções estruturais que possam beneficiar todos os municípios da bacia do Rio Taquari.

Erosão é normal

Conforme o geólogo, o rio não é um mecanismo estático. Os processos de erosão e até acúmulo de materiais nas margens são comuns, entretanto acabam gerando problemas quando atingem áreas ocupadas pelos humanos.

Em Lajeado, pontos como a rua Bento Rosa, Beira Rio e o belvedere na Oswaldo Aranha sofreram com desmoronamentos.

Conforme ele, a própria ação do homem pode agravar o processo de erosão. Ele prevê necessidade de estudos e estratégias estruturais para voltar a usar as margens do rio com segurança.

A entrevista completa no link:

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