“Vejo a profissionalização  cada vez maior dos DJs”

Abre Aspas

“Vejo a profissionalização cada vez maior dos DJs”

Fernando Ribeiro, 31 anos, é DJ e produtor de música eletrônica desde os 18. Já tocou no principal festival do Brasil e também na África do Sul e México. Viu o cenário se profissionalizar e o conhecimento se tornar mais acessível. Além do trabalho artístico no projeto Technology, ele dá aula em escolinha de futsal para crianças. Se divide entre Porto Alegre e Arroio do Meio, onde mora com a companheira e os três filhos

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“Vejo a profissionalização  cada vez maior dos DJs”
Vale do Taquari

• Como foi seu início da música? E a chegada na eletrônica?

Quando eu tinha 15 anos, alguns amigos da escola falavam muito das festas, que eram em lugares abertos, em fazendas, e eu fiquei muito curioso. Até o dia em que eu fui na festa e dei de cara com uma utopia vivida de uma completa harmonia, de pessoas com sorriso no rosto e um tratamento totalmente diferenciado. Me apaixonei muito pela questão do DJ, vendo ele em cima do palco e mandando essa energia para todos.

Com 18, comecei a tocar. Na época, a informação era mais lenta e eu não tinha condição de fazer um curso. Até que um portal lançou um concurso em que a melhor frase ganhava um curso de Dj. Fiz e ganhei. Depois, lançaram um curso de produção e eu ganhei também. Isso era 2007.

• Neste tempo, quais as principais mudanças que percebe no cenário?

Percebo a popularização da vertente musical. Hoje tem muito mais gente com acesso. A questão do preconceito tem diminuído bastante, o pessoal está entendendo melhor como é uma festa de música eletrônica e percebendo a essência da cultura. Quem faz parte da cena da música eletrônica vive isso. O fim do preconceito é uma mudança muito grande.

Vejo a profissionalização cada vez maior dos DJs. Cada vez temos empresas mais consolidadas, um grande giro de capital neste meio. Evoluiu bastante.

• Como é o cenário da música eletrônica no Vale do Taquari?

Em Lajeado tem um núcleo chamado Ensaio Geral que faz festas-conceito, misturando rock and roll com música eletrônica. Em Arroio do Meio, tem o núcleo Emana, que vinha fazendo festas mensais no Galeras Rock Bar antes da pandemia. Tenho dado aulas para o pessoal da região e tem bastante Dj’s.

• Hoje você mora entre Arroio do Meio e Porto Alegre?

Minha residência é Arroio do Meio, onde minha companheira nasceu. Vale a pena morar em Arroio do Meio e trabalhar em Porto Alegre. Eu adoro o Vale, sempre me sinto confortável ao chegar ao Vale do Taquari. Tem a questão de um menor custo de vida, mas principalmente a natureza, essa riqueza que o Vale tem.

• Em janeiro, você tocou no Universo Paralelo, que consiste no principal festival eletrônico do país, com seus filhos no palco. Como foi este momento em família?

Foi meu terceiro Universo Paralelo, primeiro em família. Sempre tive o show de levar eles comigo e foi algo incrível.

Além de estar tocando, ter a presença da família e estar curtindo momento tão especial para mim.
Tocar no Universo Paralelo é o sonho de qualquer DJ, poder estar com meus filhos e mandar a energia para a galera junto com eles é sem palavras.

• Como a pandemia interferiu no seu trabalho?

Quando tudo normalizar, acredito que estou indo para o Japão. Está tudo certo, só esperar acalmar tudo.

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