“O filho do dono pode ser um bom herdeiro, mas não gestor”

Debate

“O filho do dono pode ser um bom herdeiro, mas não gestor”

Opinião é de Valmor Kappler, durante participação no painel "Negócios em Pauta", que debateu holding, sucessão e governança

Por

“O filho do dono pode ser um bom herdeiro, mas não gestor”
Crédito: Fabiano Querotti
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Holding, sucessão e governança foram os assuntos que pautaram o programa “Negócios em Pauta”, na manhã deste sábado, 11, na Rádio A Hora 102,9. Entre os convidados, estavam a presidente da Fruki, Aline Eggers Bagatini, o advogado Fábio Koefender e o contador e consultor empresarial Valmor Kappler.

Aline relembrou o processo de sucessão dentro da indústria do ramo de bebidas, concluído no ano passado, quando ela substituiu o pai, Nelson Eggers, na presidência. A Fruki é considerada um case na sucessão, através de um trabalho de governança corporativa implantado há anos na empresa.

“Iniciamos um processo longo, muito bem conduzido. Eu entrei na empresa em 2002 e em 2005 já se falava em mudança para, ao longo do tempo, estruturar esse preparo. Meu pai conta assistiu palestra da Federasul, em 1980, e trouxeram esse tema com o principal especialista na época. Naquele momento ele começou a se planejar para preparar a saída da empresa e a entrada dos filhos”, recorda.

Já Kappler percebe que, na maioria das empresas, o dono pensa que vai viver “eternamente” e acaba não preparando um sucessor adequadamente. Também alerta que não basta ser o herdeiro de uma empresa familiar para assumir a gestão da mesma e ser um bom gestor.

“Não quer dizer que meu pai é o dono, que é um grande gestor, que eu também vou ser. A minha condição é apenas de herdeiro. As vezes as pessoas não entendem. Essa situação coloca as empresas em descontinuidade, pois muitas vezes os herdeiros não estão preparados para isso”, afirma.

Boa parte das empresas com a qual Koefender lida são familiares, que são maioria no país. “São dados que trazem à tona esses conflitos e a necessidade de um planejamento sucessório na empresa. E ele não passa apenas por empresas pequenas, médias e grandes, mas também pela própria família”, avalia, lembrando que, em muitos casos, o herdeiro está interessado apenas nos direitos sobre o negócio, mas não necessariamente na gestão.

Empresa x Família

Uma situação muito comum nas empresas familiares é levar os assuntos de trabalho para dentro de casa, o que acaba criando problemas, principalmente se a empresa está em situação de crise.

“Se puder deixar um recado para famílias acionistas, é o de separar as coisas. O que de pior pode acontecer é a empresa estar com problemas e levar isso para o jantar, ou para o almoço de domingo. Aí se torna uma tragédia”, aconselha Aline.

Acompanhe
nossas
redes sociais