Cloroquina pauta reunião entre médicos e prefeitos

Coronavírus

Cloroquina pauta reunião entre médicos e prefeitos

Kit de medicamentos para tratamento prévio visa reduzir casos graves. Senadores Lasier Martins e Luis Carlos Heinze afirmam que RS terá prioridade para o recebimento de remessas dos compostos

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Cloroquina pauta reunião entre médicos e prefeitos
Créditos: Arquivo/Divulgação
Vale do Taquari

Em videoconferência organizada pela Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), médicos do Vale do Taquari apresentaram algumas experiências sobre o uso do kit de medicamentos para a fase inicial da covid-19.

O protocolo foi implantado em Lajeado e será ampliado para os demais municípios da região. Ainda que sem comprovação oficial da eficácia do kit de medicamentos (cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina), os profissionais da saúde se basearam em experiências do uso dos compostos em países do exterior e também em estados brasileiros como Belém.

Conforme a médica de Lajeado Sandra Cabral, após o sistema de saúde do estado entrar em colapso, profissionais de saúde se uniram para estudar uma forma de garantir algum tratamento como fora de reduzir a carga viral e reduzir o número de pacientes graves. “Não havia mais leitos nem no setor privado. Os pacientes estavam morrendo dentro dos carros.”

De acordo com ela, com o tratamento na fase inicial, houve uma redução drástica nas internações na UTI. “Em uma pandemia não temos tempo para esperar os resultados de pesquisas. Quando a doença chegou ao Brasil à propagação foi rápida.”

A partir das experiências, defende o tratamento com os medicamentos na fase inicial da doença. A doutora Sandra faz parte de um grupo de médicos que tem estudado os efeitos dessa orientação no aparecimento dos primeiros sintomas.

Essa organização começou com 19 profissionais e hoje já passa de 130 integrantes. Com base na troca de informações, pesquisas das experiências em outras cidades e observação dos casos confirmados, os médicos afirmam que hoje há uma linha de tratamento para cada fase da doença.

MS libera pesquisa com ivermectina

O senador Luis Carlos Heinz participou do início da videoconferência e informou sobre a liberação da pesquisa do uso da ivermectina no tratamento da covid-19. De acordo com ele, a autorização foi concedida ontem para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e para o Hospital Universitário de Pernambuco. “Foram dois meses até conseguir fazer o registro. Acredito que na metade ou fim de outubro saia o resultado.”

O composto mostrou bons resultados em pesquisas in vitro. O primeiro estudo sobre o uso do antiparasitário ocorreu na Austrália. Nos testes, a diminuição foi de quase zero do material viral do novo coronavírus nas células.

No novo estudo, os pesquisadores infectaram células com o novo coronavírus, o Sars-CoV-2, e mediram a eficácia do antiparasitário ao longo de 72 horas, comparando os resultados com células também infectadas que não receberam o fármaco. Foram analisadas amostras coletadas 24h, 48h e 72h após a infecção.

Já o senador Lasier Martins afirmou que, em reunião com integrantes do Ministério da Saúde, foi confirmado o envio de remessas dos medicamentos ao RS para o tratamento na primeira fase da doença.

Autonomia do paciente e do médico

O procurador da República na Serra, Alexandre Schneider, apresentou a atuação do Ministério Público Federal (MPF) em 27 municípios daquela região. De acordo com ele, os integrantes do MPF não concordavam com o modelo de isolamento sem oferecer um tratamento aos pacientes e ingressaram com uma ação. “Observamos gestores federais apenas contanto os óbitos e a ocupação dos leitos sem apresentar uma alternativa.”

A partir disso foi iniciada uma investigação para algum tratamentos precoces, ainda que as evidências fosse iniciais. “Países mostravam aplicação de medicamentos em cima das fases iniciais da doença.”

Com a ação, foi iniciada uma discussão que culminou com o protocolo do Ministério da Saúde para a aplicação, antes mesmo da chegada do resultado do teste da covid-19. “A medicina tem como princípio a autonomia do médico e do paciente.”

Com esse direito, o procurador afirma que não cabe ao gestor público, ao judiciário ou aos Ministérios Públicos validar ou não o tratamento.

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