Uma pergunta sem resposta

Editorial

Uma pergunta sem resposta

Uma pergunta sem resposta
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

A decisão da China de suspender a compra de carne brasileira é um duro golpe à estratégia de retomada econômica, em especial para o Vale do Taquari. A região que tem como principal atividade produtiva o setor alimentício acredita ser possível mitigar os prejuízos da pandemia pela força do campo e da indústria do segmento.

Com o dólar em alta, os negócios com a nação oriental se tornaram uma válvula de escape para o ano mais difícil que se tem notícia. Primeiro com a estiagem que castigou a produção e elevou os custos para os agricultores. Na sequência, a maior pandemia do século.

Em meio à consequências desses dois episódios, a produção de carnes conseguia seguir um ritmo quase normal. Algo interrompido pelos dois surtos nas unidades da Minuano Alimentos e da BRF entre o fim de abril e início de maio.

Com a confirmação de doentes nas unidades fabris, a Justiça determinou a suspensão das atividades. Um grande movimento regional se organizou para encontrar saídas à crise. As empresas investiram em segurança sanitária, reorganizaram processos para evitar aglomerações e conseguiram retomar os trabalhos.

Após todos os esforços com a meta de conter a propagação da covid-19 atingida, chega à surpreendente decisão do país oriental. As plantas de duas das maiores empresas do Vale do Taquari estão impossibilitadas de exportar, justo para o maior consumidor de carnes brasileiras.

A justificativa é pífia, para não dizer inexistente. Trata-se de um esforço para evitar uma segunda onda de contágio no país onde iniciou a pandemia.

Outro fato curioso, os ministérios da Agricultura e das Relações Internacionais pouco fizeram em defesa das companhias nacionais. Acataram, sem questionar. Enquanto isso, o mercado nacional e a economia brasileira perdem. Fica a pergunta: afinal, quais são os motivos reais para a suspensão dos frigoríficos brasileiros?

Quando não há resposta, abre-se margem para interpretações difusas. Pode ser que isso tenha relação com as declarações de integrantes do governo sobre a China? Uma crise diplomática nascida do twitter de um ex-ministro? Ou boicote pelo fato de o Brasil poder ganhar espaços no mercado internacional?

Nas relações comerciais dentro da meta do governo de abrir o mercado e competir no mundo, na proposta de liberalismo que venceu as eleições de 2018, falta uma postura firma de quem comanda as diretrizes econômicas do país.

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