“Há uma revolução acontecendo nas transmissões de futebol”

Jogos nas redes sociais

“Há uma revolução acontecendo nas transmissões de futebol”

Economista Fernando Röhsig percebe a mudança na relação entre clubes, torcida e televisão aberta após medida provisória que altera direito de transmissão de jogos

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Atualizado segunda-feira,
06 de Julho de 2020 às 18:06

“Há uma revolução acontecendo nas transmissões de futebol”
Röhsig participa semanalmente com comentários no programa Frente e Verso FOTO: Arquivo A Hora
Brasil
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

O quadro Entre Aspas, do programa Frente e Verso de hoje, tratou sobre a medida provisória (MP) que muda regras no direito de transmissão de jogos e eventos esportivos. Presidente Jair Bolsonaro editou a medida na quinta-feira, dia 18.

Entre as alterações, a MP define que o clube mandante do jogo passa a ter direito exclusivo de vender a exibição das imagens da partida para uma emissora de televisão ou outra plataforma de mídia. Até então, a lei previa que os direitos pertenciam aos dois clubes envolvidos no espetáculo esportivo.

O texto também projeto a distribuição de 5% da receita proveniente dos direitos de transmissão, de forma igualitária, entre todos os atletas.

Para o comentarista do Frente e Verso e economista, Fernando Röhsig, as alterações propostas pelo MP podem mudar drasticamente a relação dos clubes com os torcedores e com a televisão aberta.

A MP de Bolsonaro está alinhada à vontade do Flamengo, clube com a maior torcida no Brasil, percebe. Ele reforça que, menos de uma semana após editada a medida, o clube já transmitiu o primeiro jogo nas próprias redes sociais: Flamengo x Boavista.

Para isso, o clube assinou com a PlayRec Produções (mesma empresa que realiza transmissões da Globo), instalou 13 câmeras e contratou profissionais como o narrador Émerson Santos. Na primeira experiência, o pico de acessos chegou a 2,2 milhões de pessoas no You Tube e 14 milhões de acessos no Facebook.

No domingo, o Flamengo tentou transmitir o jogo contra o Volta Redonda no MyCujoo com a cobrança de valor de R$ 10 no Brasil e 8 dólares fora do país. Entretanto problemas no pagamento pelos aplicativos e na transmissão fizeram o clube liberar o acesso.

Para Röhsig, as ações do Flamengo mostram os primeiros passos do futebol rumo as plataformas digitais e uma perda de hegemonia da televisão aberta. “Agora, a revolução é abrir mão da televisão aberta e cuidar da torcida no próprio streaming”, avalia.

Röhsig destaca que 40% da receita dos 20 principais clubes (R$ 6 bilhões) hoje são referentes à transmissão e premiações (R$ 2,4 bilhões).

Segundo o economista, outra discussão que surge é da importância de um estádio. Para ele, será possível aos clubes pequenos ter acesso a essa tecnologia e transmitir os jogos sem necessitar de um amplo espaço presencial aos torcedores. “A discussão de ter estádio acabou”, percebe.

Para ele, a conversão dos jogos da televisão aberta para as redes sociais ainda gerará muito debate e até ações judiciais. Entretanto reforça que “há uma revolução acontecendo nas transmissões de futebol”.

Economia respira

Notícias positivas na área econômica também foram abordadas por Röhsig. Conforme ele, junho de 2020 registrou a maior marca história de notas fiscais emitidas. Foi um aumento de aproximadamente 20% se comparado com ano passado.

No setor agrícola, destaque é o financiamento de R$ 230 bilhões do Plano Safra. Já no mercado imobiliário, a Caixa Econômica Federal divulgou ações e linhas de financiamento que devem gerar mais de 480 mil empregos.

Para o economista, essas notícias mostram que os impactos da pandemia podem ser menor que o imaginado no Brasil, além de indicar uma retomada à normalidade.

Entrevista completa no link:

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