O debate sobre o custo do Legislativo é de extrema importância, especialmente agora com as implicações econômicas da pandemia de coronavírus. Não se trata de diminuir a importância do trabalho dos parlamentos, mas sim de buscar a austeridade e a eficiência desse poder fundamental para o equilíbrio da democracia.
No sistema político tripartite tal qual o brasileiro, o trabalho do Legislativo é essencial. Fiscalizar o Executivo, sugerir projetos de leis, aprimorar propostas dos governos e, sobretudo, representar os diversos segmentos da sociedade nas discussões sobre os temas mais importantes para a nação, estado ou município, estão entre as atribuições dos parlamentares.
Vereadores, deputados estaduais, federais e senadores são agentes políticos designados pelo povo, por meio do voto, para participar das decisões que envolvem o interesse público. Mesmo que a população não tenha bem clareza sobre a atribuição de cada um dos seus representantes, o papel do legislador é fundamental.
O fato é que o Legislativo brasileiro é um dos mais caros do mundo. Segundo dados da União Interparlamentar, o país tem o segundo Congresso mais caro do mundo. Cada um dos 513 deputados brasileiros e dos 81 senadores custa mais de R$ 27,7 milhões por ano. Ao todo, são mais de R$ 16,4 bilhões anuais.
Países desenvolvidos da Europa, por exemplo, remuneram seus legisladores com valores nada acima da média das profissões mais comuns. No Brasil, porém, seguir carreira na política vira uma possibilidade atrativa para ganhar dinheiro.
Salários enxutos e benefícios justos fazem com que os postulantes aos cargos públicos sejam muito mais motivados pela possibilidade de contribuir com o desenvolvimento social do que para beneficiar-se financeiramente.
Dentro desse contexto, o primeiro encontro do programa Debates A Hora, transmitido na Rádio A Hora102.9 e na página do Facebook do Grupo A Hora, discutiu a necessidade de redução dos gastos da câmara de Lajeado, a maior e mais cara da região.
Diante do agravamento da crise econômica, os sacrifícios já impostos à população precisam ser compartilhados com o poder público. A conta não pode ficar apenas com a sociedade civil.
