A discussão de caminhos possíveis para a austeridade no poder Legislativo foi o centro da primeira edição do programa “Debates A Hora – Política Cidadã”. A atração semanal estreou ontem na Rádio A Hora 102,9 e nas redes sociais do Grupo A Hora.
Até as eleições, toda quarta-feira, ocorrerá um debate sobre temas ligados à política e cidadania. O primeiro tema foi “O custo do maior Legislativo da região”.
O programa contou com a participação de Lorival Silveira, presidente da câmara de Lajeado; Fernando Arenhart, representante do Fórum das Entidades; Martires Valandro, presidente do Centro de Apoio a Associações de Bairros de Lajeado; e de Ilvo Poersch, presidente do Lions Clube Lajeado Florestal.
Diretor-geral do Grupo A Hora, Adair Weiss abriu o debate abordando as críticas direcionadas aos parlamentares e significativa renovação no Senado e na Câmara de Deputados nas últimas eleições. Weiss defendeu a importância do poder Legislativo para a democracia. “A credibilidade dos vereadores e do parlamento é fundamental no tripé da democracia”.
Entre as câmaras mais enxutas
Lorival Silveira afirmou que a câmara de Lajeado está entre as mais enxutas da região e do estado, em custo por habitante.
Ele atribuiu parte das críticas recebidas ao Legislativo ao desconhecimento da população em relação ao trabalho dos vereadores.
Silveira afirmou que há problemas sérios de saúde, habitação e saneamento nas localidades mais pobres do município e que o problema não é a falta de recursos.
“Se fosse o caso, Lajeado estaria muito bem, pois tem superávit de R$ 25 milhões. Será que está faltando dinheiro no município para investir nessas questões? Não acho que a câmara reduzindo um pouco vá resolver”, avaliou.
Duas medidas para redução
Por lei, as câmaras têm direito a 7% do orçamento dos municípios. Em 2019, o Legislativo lajeadense recebeu R$ 8,5 milhões e devolveu aos Executivo cerca de R$ 3 milhões.
Fernando Arenhart destacou que dos R$ 5,5 milhões, mais de 90% foram para pessoal e sugeriu duas medidas para reduzir custos.
“Não me parece que há necessidade de uma estrutura de pessoal tão grande. Dá para fazer mais com menos. Estamos falando de coisas muito pequenas, como o 13º e praticamente um cargo de confiança por vereador”.
Modelo precisa ser atualizado
Para Ilvo Poersch, o mundo muda muito rápido e o poder público muitas vezes não consegue acompanhar o ritmo das mudanças. Ele defendeu a revisão do percentual repassado ao Legislativo.
“Talvez em uma época passada existisse necessidade de tantos assessores. Com as mudanças que ocorreram, precisa ser 7% o orçamento das câmaras?”, disse.
Mudança de mentalidade
Martires Valandro afirmou que há um vício da população em buscar apoio dos vereadores para funções que não lhes cabem, como para encontrar os caminhos da burocracia municipal.
“O cidadão é acostumado a procurar o vereador para tudo. Se corrigirmos essa mentalidade, de repente a mudança começa por aí. E podemos mudar a cabeça dos vereadores que acreditam que não podem ficar sem dois assessores”
