“O futebol amador está mais profissional”

Entrevista da semana

“O futebol amador está mais profissional”

Artilheiro do último Regional Aslivata, Edinilson Dornelles, o “Tanque” fala sobre o momento vivido no amador e o comparativo com o futebol profissional

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“O futebol amador está mais profissional”
Vale do Taquari

Como surgiu a ideia de fazer esse documentário?

Edinilson Dornelles, o “Tanque” – Estava conversando com amigos meus e a resenha é sempre sobre futebol. O pessoal quer saber da minha história, como foi meu começo, por onde passei. Aí a gente acaba contando sempre a mesma história para várias pessoas. Conversando com um amigo, pensamos em fazer um documentário para contar minha história. Para falar sobre a minha rotina, todo meu crescimento no esporte. Documentar toda minha carreira e colocar na internet, para todos assistir. Tiramos do papel e estamos pondo em prática. A ideia é lançar até o fim de julho.

Você está com 32 anos, pode se dizer que esse é o melhor momento na carreira?

Tanque – Olha digamos que sim. Já tive outras experiências no futebol, mas meu ápice mesmo está sendo agora. Graças a Deus sou um atleta que consigo jogar o ano todo, sem lesões, chegando em várias finais. Ano passado fui campeão em oito competições. Então posso afirmar sem sombra de dúvidas que vivo o meu melhor momento no futebol.

O que te fez desistir do profissional e jogar pelo amador?

Tanque – As vezes as pessoas me julgam e perguntam porque não volto ao profissional, pois faltam centroavantes com as minhas características. Mas no meu ponto de vista, o futebol amador está mais profissional do que o próprio. Muitas vezes um clube profissional paga R$ 800 a R$ 1 mil por mês aos atletas. Enquanto que no amador, um atleta pode ganhar isso por jogo. Além do mais no fim da partida, os clubes amadores pagam certinho, dão até lanche e bebida para os atletas.

Recebeu propostas para voltar?

Tanque – Neste ano não. Mas ano passado ganhei convites para jogar a Copa FGF pelo Lajeadense, Guarani e clubes da Região Metropolitana. Os valores salariais eram muito baixos. Hoje com a vida que tenho jogando amador, não tinha como aceitar essa proposta. Se não tivesse bem no amador, e estivesse desempregado, talvez até poderia aceitar, mas hoje meu mundo é o amador.

Nesse período sem jogos, como você está fazendo para cuidar da parte física?

Tanque – Sempre exaltei isso. O atleta não pode ser apenas um bom jogador. Ele é muito exigido no amador. O treinador cobra, a torcida cobra e o atleta também tem que ter essa cobrança. Eu sempre me cobrei muito, pois se ganhar peso, vou demorar para perder. Então tenho que me cuidar. Treino duas a três vezes por semana. Continuo me dedicando, pois o futebol vai voltar logo e eu tenho que estar preparado.

Dá para sobreviver só no futebol amador?

Tanque – Com certeza. Mas além de sobreviver, a gente deixa um legado muito bom por onde passa. Eu posso parar em qualquer cidade do Rio Grande do Sul que vou ter algum amigo para conversar, tomar um chimarrão ou ter uma estadia. Consigo conciliar trabalho e futebol. Hoje conheço muitas cidades do estado graças ao futebol amador. Tinha muitas cidades que eu desejava conhecer melhor e não tinha como. Hoje a realidade é totalmente diferente. Vou dar o exemplo de Santa Cruz. Meus sogros são de lá e ia uma vez por ano apenas. Hoje jogando os campeonatos da cidade já conheço ela de ponta a ponta. Vou duas a três vezes por meses visitar eles.

Como você faz para definir o valor que recebe por partida? Você pede ou te oferecem?

Tanque – Nunca fui mercenário. Nunca fui de fazer leilão com as equipes. Nunca fiz isso e nunca vou fazer. Eu tenho um valor estipulado que acho que mereço, então sou muito justo. Sempre viso a realidade do clube. Também analiso os meus gastos com academia e suplementação. O Tanque de R$ 300 e o de R$ 1 mil são os mesmos, a cobrança é a mesma. Então faço um valor que acho que é justo e procuro manter ele. As vezes tem uma diferença por causa da distância e o custo do combustível.

Para finalizar, quem quiser contratar o Tanque, o que precisa fazer?

Tanque – Primeiramente entrar em contato comigo. Sou bastante conhecido no Estado. Todo mundo sabe da minha índole, do meu caráter e da minha qualidade. Sou um cara muito sincero e isso tem que ser valorizado no amador. Em algum momento todos vão conseguir o meu contato. Então para jogar no clube basta falar comigo. Os valores a gente se acerta e a vontade de ser campeão é muito maior do que o valor acertado.

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