Prefeitos da região divergem sobre adiamento das eleições

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Prefeitos da região divergem sobre adiamento das eleições

Famurs sugere que pleito seja realizado em 2022. No Vale do Taquari, posições são diversas

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Prefeitos da região divergem sobre adiamento das eleições
Fachada do prédio da FAMURS, em Porto Alegre. FOTO: Jefferson Bernardes/ Agência Preview
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Não há consenso na região diante da proposta da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs) de adiar as eleições municipais. A entidade sugere que os mandatos de prefeitos e vereadores sejam estendidos por dois anos e as eleições ocorram em 2022. Desta forma, teríamos um único pleito para vereadores, prefeitos, deputados, senadores e presidente. A proposta é defendida também pela Associação dos Município do Vale do Taquari (Amvat) e Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

A reportagem fez contato com os representantes das seis maiores cidades da região. Entre os prefeitos, há posições distintas em relação à proposta da entidade, desde a concordância até a defesa da manutenção do pleito para outubro.

Presidente eleito da Famurs e prefeito de Taquari, Emanuel Hassen defende a posição da entidade. Entre as razões, ele aponta a economia financeira de eleições únicas e a dificuldade em realizar convenções partidárias e campanha eleitoral em meio às medidas de distanciamento social.

“O momento é de estarmos unidos no combate à pandemia. Não nos parece que fazer um processo eleitoral ajuda”, avalia

Prestação de contas

Uma das preocupações dos prefeitos em relação a um eventual adiamento das eleições é quanto ao período de prestação de contas do mandato. A situação é citada por Marcelo Caumo (Lajeado) e Adroaldo Conzatti (Encantado).

“Como serão feitas as prestações de conta do exercício? É final de mandato e tudo precisa ser encaminhado”, argumenta o prefeito de Encantado. Conzatti afirma que sua defesa sempre foi por mandatos de cinco anos sem possibilidade de reeleição, mas avalia que mudanças mais profundas não seriam possíveis neste momento.

Adiamento para dezembro

O prefeito de Teutônia, Jonatan Brönstrup, acredita que uma boa saída é a mudand da data para dezembro.

“Aí teriam outras implicações que precisam ser debatidas, como o período de transição, que hoje é de quase três meses e seria de menos de um mês. Teria que se avaliar a possibilidade de mudança da data de posse”, propõe.

Condições desiguais

Para o prefeito de Estrela, Rafael Mallmann, um período de campanha mais curto favorece quem já está no poder. “Quem está no governo com certeza leva vantagem, até porque são os atores que estão na ativa. Os candidatos não estão conseguindo andar e isso gera um pouco de desigualdade”, afirma.

Mallmann acredita que até agosto, quando iniciam as atividades de campanha, a situação regional em relação à pandemia estará mais tranquila, mas pondera que a decisão precisa levar em conta o cenário nacional.

Posição dos gestores

Marcelo Caumo – Lajeado

“Acho que deveria ser mantida a data de outubro, até porque tem fechamento de contas do governo. E esse período de 90 dias depois da eleição é muito importante para ajustar a prestação de contas. No RS, não teria problema [em relação à pandemia], pelo que está se vendo. O problema é a situação da pandemia em outras capitais e isso pode influenciar.”

 

Rafael Mallmann – Estrela

“Acho que isso não vai acontecer. Minha posição pessoal é que a população votou em mim para ser prefeito por quatro anos e meu mandato termina em 2020. Pessoalmente, não gostaria de ter prorrogação de mandato, acho que é antidemocrático. Mas minha posição como prefeito é seguir a orientação da entidade maior. Fui voto vencido.”

 

Adroaldo Conzatti – Encantado

“A posição da Famurs [de juntar as eleições] já foi tentada muitas vezes e não foi possível. Talvez nesse momento a pandemia leve a isso. A proposta se justifica pela dificuldade do momento. Não vejo clima para se fazer eleição em outubro. Essa situação tem que ser avaliada a nível de país, porque a epidemia está espalhada, há estados com grande dificuldade.”

Emanuel Hassen – Taquari

“O momento agora é de analisar o conjunto do país, e não só a situação da nossa cidade. Precisamos tomar uma decisão sensata que possa contemplar o todo. Nos parece que, neste momento, suspender as eleições 2020, transferi-las para um momento oportuno pós-pandemia e unificar no ano de 2022, é o melhor caminho a ser seguido.”

 

Jonatan Brönstrup – Teutônia

“As eleições devem ocorrer de forma segura, levando em consideração as condições de saúde da população. Se tivermos condições seguras de fazer a eleição ainda em 2020, não vejo motivo para prorrogar o mandato. Se chegarmos em outubro com o sinal de alerta ligado, temos que ter uma nova avaliação naquele momento.”

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