Vale sugere retomada gradual das aulas

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Vale sugere retomada gradual das aulas

Agentes públicos da região elaboram documento ao Estado para firmar posição sobre rumos do ano letivo

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Vale sugere retomada gradual das aulas
Vale do Taquari

Em videoconferência na manhã de ontem, representantes públicos definiram a posição do Vale referente à possibilidade de volta às aulas nas redes municipal e estadual. O encontro teve participação de prefeitos, secretários de Educação e integrantes da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs).

Os participantes se propuseram a elaborar um documento regional com a proposta de como deve ser o retorno do ano letivo. O objetivo é deixar claro ao governador Eduardo Leite quais os aspectos que devem ser considerados.

Também reforçam a espera pelos protocolos de cuidados e a estratégia estadual para garantir o máximo de segurança para a saúde dos alunos, professores, funcionários das escolas e das respectivas famílias.

As aulas presenciais em todas as redes de ensino estão suspensas desde o dia 18 de março. Na rede estadual, o governo elaborou uma metodologia por aulas programadas, envolvendo como principal recurso de contato as plataformas digitais e aplicativos.

Evitar riscos

Presidente da União Nacional dos Dirigentes de Educação e secretário de Educação de Estrela, Marcelo Mallmann, alerta para os riscos de um retorno prematuro. “Defendemos uma volta lenta e gradual, para que se faça ajuste no calendário letivo de 2020 e dos próximos anos para recuperar as aprendizagens perdidas.”

Pela análise regional, é preciso estipular métodos. Começar por etapas, avaliando turmas onde há maior autonomia do estudante. “Daqui a pouco, começar pelo Ensino Superior, depois o Ensino Médio”.

Segundo ele, no Vale do Taquari, a rede municipal e as instituições de ensino têm mantido contato com alunos e encaminhado atividades para manter uma rotina de estudos. No entanto, essa carga horária não está prevista como contagem de horas letivas. “Aguardamos parecer do Ministério da Educação para homologar essa questão”, diz Mallmann.

Educação Infantil

De acordo com o presidente da Amvat e prefeito de Nova Bréscia, Marcos Martini, diversos aspectos precisam ser analisados até uma volta às aulas. Passam pela a saída dos alunos de casa, a chegada na escola, as atividades internas e o retorno para casa. “Como vai funcionar o transporte escolar? Vamos instalar tapetes sanitários na entrada das escolas? Como será a merenda? O preparo ? Até servir aos alunos? São muitas questões que precisam ser vistas.”

Pelo fato das escolas precisarem fazer adaptações, alerta à necessidade de aporte de recursos públicos. “Isso implica gastos. Para voltar, precisamos de um plano e de receita prevista para tudo.”

O mais lógico neste momento é um retorno por fases, com turmas de alunos mais avançados. Frente a isso, uma das principais dúvidas dos gestores públicos é quanto à Educação Infantil. “Com as crianças é diferente. O entendimento é outro e os cuidados também. Neste momento não temos uma resposta de quando as creches poderão retornar.”

Estratégia do RS

O governador Eduardo Leite deve se manifestar na tarde de hoje sobre o retorno das aulas. Em entrevista concedida ao Jornal do Comércio na noite dessa segunda-feira, o chefe do Executivo gaúcho descartou aulas presenciais nas próximas semanas.

Leite afirmou que serão repassadas orientações e protocolos para que haja encontros remotos entre alunos e professores. Segundo ele, haverá casos em que será possível voltar em junho e outros em julho.

Ponderou que o inverno aumenta o número de doenças respiratórias. Além disso, as pessoas mantêm os locais mais fechados por causa do frio, o que facilita a contaminação. Estes dois itens devem pesar na análise sobre as condições reais e seguras para o retorno das aulas presenciais.

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