O governo de Lajeado acerta ao investir na realização de uma pesquisa de prevalência do coronavírus no município. Apontada como a cidade com mais casos confirmados no Rio Grande do Sul, um estudo local é crucial para diagnosticar a real situação e balizar melhor as estratégias de combate à pandemia.
Com o apoio técnico da Univates, a pesquisa deve iniciar nesta semana. Para sair a campo, ainda aguarda a autorização do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa. O estudo é considerado um dos maiores do país e promoverá a testagem de 3,6 mil pessoas, para verificar o percentual de lajeadenses que já desenvolveram anticorpos.
Será desenvolvida em três etapas, com intervalos de 14 dias entre cada uma, considerado o intervalo de tempo adequado para detectar a expansão do vírus na cidade. O formato é promissor e promete dar luz à situação do coronavírus em Lajeado.
A pesquisa segue o modelo que está sendo realizado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sob comando do governo estadual, em nove municípios gaúchos e atingirá 4% da população, o que representa um percentual maior do que países como a Coreia do Sul.
A inspiração no modelo da pesquisa estadual é pertinente, visto que o exemplo gaúcho se tornou referência país afora devido à sua assertividade. O Piratini optou por contar com a ciência para traçar as melhores estratégias, e não no achismo ou em crenças irracionais para determinar as medidas necessárias.
Importante ressaltar a necessidade da comunidade colaborar com a investigação e não repetir o exemplo negativo de autoridades e moradores que hostilizaram pesquisadores do IBGE em outras localidades fora do RS.
Diante da nova dicotomia que se instaura, entre negacionistas e alarmistas, na carona da polarização política brasileira, guiar-se pelo conhecimento científico consiste no melhor caminho.
