“Aprendi que nunca é tarde para descobrir um novo estilo de cerveja”

Abre Aspas

“Aprendi que nunca é tarde para descobrir um novo estilo de cerveja”

O arquiteto de Estrela, Márcio Roberto Braun, 34, tem como hobby fabricar cerveja. O pai trabalhou na fábrica da Polar e isso trouxe os desafios de preparar uma das bebidas mais consumidas no mundo para dentro de casa. Integrante da associação de cervejeiros artesanais do município, realça que esse é um mercado em expansão no Vale do Taquari

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“Aprendi que nunca é tarde para descobrir um novo estilo de cerveja”
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

• Como surgiu essa paixão pela cerveja?

Acredito que é algo que passa de geração para geração. Meu pai e alguns tios trabalharam na Polar. Então cresci escutando essas histórias de cervejarias, produções, as dificuldades e também os momentos de lazer.
Essa soma de experiências ajudou a formar essa paixão. Vem desde criança, quando ajudava a minha mãe na cozinha. Aos poucos fui absorvendo conhecimento e mais coragem para os preparos dos alimentos. Com a cerveja foi assim também.

Também a faculdade de arquitetura ajudou bastante a formar essa paixão. Assim como na arquitetura, a cerveja é uma composição onde precisa de harmonia e controle, cálculos e sensibilidade para usar os detalhes em seu favor.

• Quando decidiu produzir a própria cerveja?

Em 2012, após uma viagem a Europa com o Grupo de Danças Folclóricas Alemãs de Estrela. Um amigo, químico industrial, já fazia cerveja em casa. Eu vivia incomodando ele pra me ensinar.

Daí ele montou um passo a passo. Mostrou algumas receitas e fez um cursinho com os amigos. Desde então venho produzindo.

• O que esse aprendizado lhe trouxe?

Pode-se dizer que foi um divisor de águas. Novas amizades, a busca por mais conhecimento e troca experiências são fundamentais para o amadurecimento. Há inúmeras possibilidades. A combinação entre grãos de maltes diferentes, adicionando lúpulo de diversas regiões para agregar amargor, sabor e aromas, além da grande variedade de leveduras (fermentos) torna esse mundo da cerveja algo com infinitas combinações. Aprendi que nunca é tarde para descobrir um novo estilo de cerveja, uma nova combinação.

• Se a vida fosse um sabor de cerveja, qual seria e por quê?

Seria uma Stout. Podemos falar dessa cerveja pela sua característica mais marcante: a cor preta. A composição tem diversos tipos de maltes. Os mais importantes são os torrados e maltes café. Se consumida muito fresca, muito jovem, fica amarga e forte. Como um adolescente, inquieto e incompreendido.
Porém, quando atinge a maturação, a cerveja fica com os sabores equilibrados. A presença do amargor e dos torrados já se torna mais suave, mais harmônico e com uma bela espuma cremosa, que por sua vez é a proteção perfeita para os aromas da cerveja não evaporarem.

Assim como na vida, a Stout precisa de um tempo para amadurecer, diferente de quase todos os outros estilos que quanto mais fresca melhor. A Stout contradiz tudo isso. Quanto mais o tempo passa, melhor ela fica.

• Estrela tem uma relação histórica com a cerveja, devido à fábrica da Polar. De que forma isso ajudou a fortalecer a cultura cervejeira local?

É um ponto de inspiração para todos da cidade. E é isso que buscamos resgatar com a Acerva (Associação dos Cervejeiros Artesanais). Resgatar o orgulho e também o imaginário das pessoas. Nossos festivais sempre lotam, porque as pessoas estão procurando saber mais sobre as cervejas. Algum tio, pai, avô ou conhecido trabalhou na Polar e sempre tem uma história para contar.

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