Identidade – Quem sou/ somos nesta Pandemia?

Opinião

Jonas Ruckert

Jonas Ruckert

Diretor do Colégio Teutônia

Assuntos e temas do cotidiano

Identidade – Quem sou/ somos nesta Pandemia?

Por

Atualizado segunda-feira,
11 de Maio de 2020 às 16:00

Teutônia
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Inicio a escrita de minha coluna compartilhando fragmento de texto que comigo foi compartilhado: o importante sociólogo Stuart Hall (1932-2014), nascido na Jamaica, vivendo a maior parte na Inglaterra, definiu a identidade da seguinte forma: “A identidade
torna-se uma “celebração móvel”: formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados
ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam. E definida historicamente, e não biologicamente. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um “eu” coerente.”

De complexa ou fácil compreensão, certo ou errado, a perspectiva sociológica de Hall, frente à dicotomia identidade versus
pandemia nos remete a algumas perguntas: Quem sou? Que identidades assumi ao longo da minha vida? Meu relacionamento
está para com quais grupos sociais? Quais são as coisas que me identificam? Sobre manter a ética e o equilíbrio em tempos de
crise, como me posiciono?

Passamos por processos de socialização a vida inteira: indivíduo, sociedade e cultura. Há muita teoria, muito estudo, pesquisas e teses que muito bem definem o assunto. Literatura boa e fundamentada. Busquei essas informações, de forma virtual uma vez que essa é a condição possível neste momento, para olhar o tema mais de perto, com vistas à pergunta: qual identidade se revela em mim nesta pandemia? Hall me desconforta com a afirmação de que “O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos…”

A excepcionalidade do momento tem revelado modelos de comportamentos primitivos que se expressam na identidade “civilizada” dos “eus” até então coerentes. Estará Hall correto sobre o que escreve? Se sim ou se não, façamos nossas reflexões a partir das percepções que se manifestam nos comportamentos sociais.

Se nos diferenciamos por sermos racionais, e assim entendendo que manifestam-se em nós também os instintos, faço o apelo aos lúcidos que endossem o protagonismo junto àqueles que já são protagonistas nas importantes ações presentes. Não falo aqui
da pandemia. Me refiro aos profissionais e às lideranças que se demovem em heróicos movimentos em prol do recuo da pandemia.
Há coerência nessas pessoas.

Para encerrar: muitos filhos não verão suas mães neste domingo. Outros nem mais a possibilidade têm. De toda forma, aos que puderem, da forma que possível for, não percam a oportunidade de um olhar zeloso, profundo e longo. Toda vez que o faço, encontro neste encontro (percebam a metáfora e não a redundância nesta expressão) muitos valores, uma história de superação e uma notável parte do que sou. A identidade que a vida por vezes toma de mim.

Fiquemos bem, com saúde, entendendo a necessidade de novas posturas identitárias frente ao momento. Estendo a todas, por aqui, o meu abraço e minha consideração pelo Dia das Mães!

Que Deus nos abençoe com ricas bênçãos!

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