Quantas ideias pré-moldadas você carrega? Já pensou na importância de desconstruir estes conceitos? Se desconstruir não é uma tarefa fácil, mas é fundamental para um mundo mais justo e para ser mais feliz.
Vamos começar do começo. Tudo inicia logo na infância, quando temos o primeiro contato com a sociedade na qual nascemos e suas crenças, que nos são apresentadas, por vezes impostas, como verdades absolutas. É menino? Vai usar azul. O primeiro presente é uma bola de futebol, porque meninos precisam gostar de futebol. É menina? Aproveita que ainda não saiu da maternidade para furar as orelhas. Somos colocados nestas caixinhas imediatamente após nascer.
Conforme crescemos, somos apresentados a outras crenças. Passamos a acreditar que existe uma fórmula para viver, uma única receita de como ser uma pessoa. Aprendemos que aquilo que o senso comum prega é o correto e inquestionável. Infelizmente, nossa sociedade é tradicional e vive um momento onde o conservadorismo tem cada vez mais voz. Ou seja, muitas das verdades que crescemos acreditando não passam de comportamentos destrutivos e preconceitos. Desconstruir isto, a forma como fomos ensinados a ver o mundo desde sempre, dói. É uma verdadeira revolução.
Todos temos conflitos e a desconstrução não é um evento pacífico, ela acontece entre perdas e lutas. Algumas verdades são mais fáceis de desconstruir, outras estão tão enraizadas que levam muito tempo, até mesmo para quem já está habituado a pensar fora da caixa. Neste momento, vivo o meu caminho de desconstruir várias destas verdades. No fim dos meus 25 anos, elas já não me servem e não condizem com a vida que quero viver. Está sendo fácil? Nem um pouco.
Porém, me conforta saber que não estou sozinha. Procuro me lembrar que a gente não precisa ter tanta certeza de tudo. É perfeitamente possível, e necessário, mudar. Grandes artistas desconstroem o tempo inteiro, brincam com a rigidez social e nossa frustrante tentativa de encaixotar tudo o que nos cerca. Talvez porque a arte, em si, seja a mais libertadora das realidades.
A desconstrução é parte essencial do nosso crescimento como seres humanos, e é impossível evoluir sem aprender a aceitar e respeitar as diferenças, acolher e expressar o que sentimos e o que pensamos. Não estamos aqui para agradar o senso comum, mas para construirmos um mundo melhor.
