O 15 de março e a democracia

Opinião

Ardêmio Heineck

Ardêmio Heineck

Empresário e consultor

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O 15 de março e a democracia

Por

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Articula-se manifestação popular para o dia 15, ao que parece, em repúdio à atuação do Congresso e do STF. Jamais buscando seu fechamento! No caso do Congresso, para assegurar a manutenção de veto do Presidente da República a Artigo que os Deputados teriam colocado na Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano, obrigando o Executivo à concessão de emendas impositivas num total de 30 bilhões. Sangraria os parcos recursos livres do Governo para aplicar no desenvolvimento econômico. A organização desse movimento é de grupos sociais que comungam da iniciativa, assim como outras manifestações que assistimos, organizadas por entidades que simpatizam com suas causas.

Terça feira ouvi o Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Entrevistavam o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Insistentemente os entrevistadores tentavam tirar dele alguma expressão contrária à mobilização do dia 15, ou no sentido de que representava “um atentado à democracia” ou que, de alguma forma, vinculasse o Presidente Bolsonaro ao feito. É claro que tentavam gerar mais uma manchete sensacionalista contra o atual Governo. Felizmente Maia soube esquivar-se desta arapuca e, visivelmente irritado com estas reiterações da entrevista, desligou o telefone em meio a ela.

Quarta pela manhã ouvi a entrevista do ex Presidente Fernando Henrique Cardoso no Timeline da Gaúcha. A linha da conversa foi parecida, só que FHC não soube ser elegante, aproveitando para pavonear-se. Meteu o pau no atual Governo e na mobilização em articulação. Talvez já tenha se esquecido do desastre que foi seu segundo mandato.

A grande imprensa – notadamente Estadão, Folha de São Paulo, Rede Globo e associadas – em nada têm contribuído postando-se sistematicamente contra o Governo. Em Governos anteriores faziam igual. Contudo, para sustentar esta sua linha de atuação, querer dizer que a manifestação popular prevista para o dia 15 é um atentado à democracia, chega a ser hilariante, beirando o ridículo. O chamado “povo nas ruas” é a mais pura prova da existência de democracia, por detrás da qual está o desenvolvimento econômico, o bem-estar social, a liberdade de expressão e a livre escolha de governantes.

Desde os anos 80 temos exemplos notórios de mobilizações no País. O movimento “Diretas Já” que levou à reabertura política e a uma nova Constituição. O das “caras pintadas nas ruas” que sustentou o impeachment de Collor. Os do MST, para assegurar a posse de terra para produzir, aos milhares de “sem terras”. Agora, se quiserem ver um exemplo de mácula ante democrática, visitem no Google o tema “Praça da Paz Celestial, de Pequim”. Verão um regime totalitário que, em junho de 1989 suprimiu violentamente uma manifestação de centenas de milhares de pessoas, notadamente estudantes, que justamente buscavam mais democracia. Foram milhares os mortos.

Então, louvemos a democracia brasileira que permite o povo ir às ruas.
Vê-se que algumas redes de comunicação não cumprem seu papel de informar com fidelidade. Lutam contra o Governo Federal por este se negar a investir bilhões de reais em propaganda pública inútil, própria e de empresas estatais. Não lhes interessa a democracia ou a manutenção de um ambiente de desenvolvimento econômico e de justiça social. Insistem em cabrestear o Governo e o povo, consolidando seu poder de manipulação pela informação.

Não sou lulista, bolsonarista ou brizolista, mas, brasileiro, que sempre torceu pelo Brasil e seus governos. Estes, felizmente se alternam e atuam segundo sua base ideológica, tendo no horizonte, o bem do Brasil e o bem-estar dos brasileiros. Caso contrário, o povo irá às ruas.

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