Modelo promissor

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Modelo promissor

Por

Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Uma análise mais superficial sobre nossa composição étnica e geográfica sugere semelhança com várias regiões no Sul do país. Nada de especial, se considerado o aspecto da imigração alemã e italiana nos diversos rincões sulistas e até mesmo em outras partes do Brasil.

Mas um fator diferencia o Vale do Taquari das demais “regiões europeias” no Brasil: o associativismo na essência. Não bastam títulos, nomenclaturas ou algo do gênero. O diferencial se confirma na prática.

Nada de ufanismo, nem soberba. Mas os exemplos característicos da nossa vocação cooperativista estão por toda parte. O lançamento de dois investimentos milionários, um na área de energia e infraestrutura, e outro, na produção primária, em menos de uma semana, denotam a presença do modelo.

A Certel ampliará a geração de energia para seus mais de 60 mil associados, por meio da construção de uma hidrelétrica para gerar energia a 20 mil usuários. Os R$ 45 milhões necessários para financiar a obra são, na maior parte, das quatro Sicredi’s da região.

A Dália, que há poucos dias inaugurou o frigorífico de aves em Arroio do Meio, lançou nesta semana a pedra fundamental de outra obra importante, desta vez em Cruzeiro do Sul. São quase R$ 8 milhões para construir oito aviários para alojar 275 mil frangos.

Mais uma vez a intercooperação marcou ponto. O ciclo é perfeito. Crédito subsidiado que reverte aos associados, duplamente, no banco e nas unidades de produção.

Os exemplos se multiplicam em diferentes áreas. É um virtuoso modelo de desenvolvimento que se retroalimenta, se autofinancia, se remunera e constrói riqueza e renda para profissionais, associados e à comunidade.

Na cortina de fundo nascem movimentos complementares de inovação, como Pro_Move, alicerçados pela universidade e o centro tecnológico. Estes, somados ao trabalho das entidades organizadas completam um conjunto de estratégias e ações que formam o arranjo produtivo singular.

Seja na produção, no crédito, na educação, saúde, energia, transportes ou outros setores -, a cooperação avança em credibilidade e empurra a região a um patamar acima da média.

Ainda assim, existem desafios a percorrer. Um deles é a governança nas cooperativas.

O sistema de crédito – talvez por exigência do Banco Central, que aposta nas cooperativas para abocanharem 20% do mercado brasileiro – foi o primeiro a profissionalizar sua gestão. No reboque, as de produção, saúde e energia também esboçam movimentos.

A governança estruturada é vital para a sustentabilidade do cooperativismo que, de tempos em tempos, é ameaçado. Outrora nos ensinou sobre a vulnerabilidade do sistema sem uma gestão madura, enquanto o futuro nos desafia diante dos grandes players multinacionais que não gostam nem um pouco da organização dos pequenos.

De qualquer sorte, a democratização da riqueza e renda se dá, mais e melhor, em regiões onde o modelo associativista é próspero. O Vale está no caminho, mas nunca é demais alertar sobre as reformas ainda necessárias para completar o ciclo, e isso chega aos mais altos escalões do sistema organizado, como a própria Ocergs e Sescoop.


Primeiro olhar

Técnicos da prefeitura de Lajeado analisam o pré-projeto de instalação da Havan em Lajeado. Dois pisos, num total de 16 mil metros quadrados de construção, o equivalente a oito ginásios Nelson Brancher. Este é o tamanho da loja que o empresário Luciano Hang quer instalar em Lajeado, nas imediações da ponte do Rio Taquari. Após sinal verde, a rede deve protocolar o projeto definitivo.


Expectativa no centro

Uma área estratégica na Benjamin Constant, próximo da Sorvebom, no centro de Lajeado, está em transformação. Pertencente ao empresário Sandro Benoit, do Grupo Benoit, o local é propício para um centro comercial ou hotel.

Na quadra havia uma residência, demolida nos últimos dias para dar lugar a um novo investimento não anunciado até aqui.

Aliás, a Benjamin Constant se desenvolveu como nenhuma outra avenida do centro. Nos últimos 10 anos, pelo menos 10 novas torres foram erguidas nesta avenida ou no entorno dela. Diamond lidera as construções, muitas delas com fachadas de vidros. O último complexo neste estilo está em conclusão, e pertence ao empresário José Hickmann, de Cruzeiro do Sul, o qual aparece na foto, defronte o terreno preparado pelas máquinas.

A continuar no ritmo recente, a avenida Benjamin Constant se tornará um centro comercial e de serviços cada vez mais expressivo. A transformação se percebe no enorme movimento de pedestres ao longo do dia nas calçadas, além de um intenso fluxo de veículos.

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